40 anos de Super Mario Bros – o encanador dos videogames

40 anos de Super Mario Bros – o encanador dos videogames

5 minutos 13/09/2025

Camarada, se tem um natalício que merece bolo, confete e uma temporada bônus enxurrada de moedas é esse: 40 anos de Super Mario Bros. E não é excesso expressar que, sem o bigodudo, talvez eu estivesse hoje escrevendo review de máquina de lavar em vez de game. Porque foi ele quem pegou a indústria, que estava mais morta que Goomba esmagado, e trouxe de volta a esperança, a diversão e a vontade de estreitar Start.

Senta aí que eu vou descrever essa história no estilo RumbleTech, ou seja: meio zoeira, meio tiozão dos arcades, mas com aquele reverência que só quem viu o crash de 83 de perto e depois soprou fita de NES sabe dar.

O apocalipse gamer de 1983 – ou quando a Atari quis trebelhar de coveira

Você já viu fileira de hospital público? Era a indústria em 1983. Consoles demais, jogos ruins demais e crédito de menos. O Atari 2600 estava entupido de porcarias lançadas sem controle de qualidade. O famoso caso do jogo do E.T., que parecia programado por estagiário sem moca, virou símbolo da vergonha. Milhões de cartuchos encalhados, enterrados no deserto uma vez que se fossem lixo tóxico.

As lojas não queriam mais saber de videogame, as empresas quebravam uma vez que se fosse efeito dominó, e os críticos decretaram: “acabou a voga, videogame foi só febre passageira dos anos 80”.

Imagina isso: sem Mario, sem Zelda, sem Street Fighter, sem Mortal Kombat. O horizonte seria um mundo escravizado por… sei lá, tabuleiro da Estrela.

NES no ringue – a Nintendo chega chutando a porta

Entra em cena a Nintendo, que até portanto era conhecida uma vez que “aquela empresa japonesa que fazia baralho e uns joguinhos simpáticos”. Eles tinham lançado o Famicom no Japão em 83 e estava indo muito, mas convencer os americanos traumatizados era outra história.

A jogada foi ousada: lançar o NES (Nintendo Entertainment System) nos EUA com mais rosto de eletrodoméstico que de console, tentando passar a sentimento de “isso cá não é brinquedo, é tecnologia séria”. Só que faltava a peça-chave: um jogo que mostrasse que videogame podia ser mais que bug, piscada e frustração.

Eis que surge Shigeru Miyamoto, o Mozart dos games, e Takashi Tezuka, seu parceiro de transgressão criativo. O resultado? Super Mario Bros., o divisor de águas que redefiniu a vocábulo “videogame”.

Super Mario Bros – o manual não escrito do game design perfeito

O jogo de 1985 não foi só risonho: ele foi uma verdadeira lição de design interativo.

  • Level design progressivo: o primeiro Goomba te ensina a pular sem tutorial, os blocos te convidam a desancar e desenredar itens, e as fases aumentam a complicação de forma orgânica.

  • Mundo contínuo: zero de tela paragem, era rolagem lateral fluida, uma viagem que parecia infinita para a estação.

  • Power-ups mágicos: o cogumelo que te deixava maior, a flor que soltava queima, a estrela que fazia você virar o Pelé dos games.

  • Segredos escondidos: tubos que levavam a outros mundos, blocos invisíveis com vidas extras, aquele cheirinho de mistério que grudava na memória.

  • Trilha sonora de Koji Kondo: as músicas viraram secção do DNA da cultura pop. Até quem nunca pegou num controle sabe silvar o tema.

Era diversão, repto e originalidade num pacote só. Não à toa, o Mario deixou de ser só “o rosto do Donkey Kong” e virou o rosto dos videogames no planeta inteiro.

O bigodudo fora das telas – brinquedos, desenhos e até filme ruim

A febre foi tão grande que Mario saiu do cartucho e invadiu o mundo real. Teve boneco, teve figura entusiasmado, teve até aquele filme desastroso dos anos 90 que a gente finge que nunca existiu. Mas, de alguma forma, tudo isso só reforçou a imagem do personagem uma vez que ícone.

Corta para 2023: Super Mario Bros. – O Filme lota cinema e arrecada rios de moeda, mostrando que 40 anos depois o encanador ainda arrasta multidões.

Evolução do Mario – sempre pulando mais supino

Não foi só um jogo. Foi o início de uma linhagem de títulos que acompanharam gerações:

  • Super Mario Bros. 3 (1990): até hoje considerado o vértice do NES, introduziu mapa-múndi e power-ups criativos uma vez que a roupa de guaxinim.

  • Super Mario 64 (1996): mostrou uma vez que se fazia jogo 3D de verdade. Se hoje existe GTA ou Elden Ring em mundo desimpedido, agradeça a ele.

  • Super Mario Galaxy (2007): brincou com a sisudez e transformou plataforma em verso espacial.

  • Super Mario Odyssey (2017): mostrou que ainda dava para surpreender, misturando sandbox moderno com DNA clássico.

Mario é uma vez que aquele tio que sempre aparece na sarau da família: às vezes muda o visual, às vezes traz novidade, mas nunca falta.

Mario e o renascimento da indústria

Festejar os 40 anos de Mario é lembrar que ele foi o contraveneno contra o crash de 83. Sem ele, talvez a indústria tivesse morrido ali mesmo. Foi a prova de que, com originalidade e qualidade, videogame podia reconquistar o público.

E a consequência disso foi brutal: depois de Mario, veio Zelda, veio Final Fantasy, veio Street Fighter II, veio tudo o que conhecemos. Ele foi a fagulha que reacendeu o queima da diversão interativa.

O impacto cultural – do meme ao metrô do Japão

Hoje, Mario não é só um personagem de jogo. Ele é secção da cultura global. Está em parques temáticos, estampando lancheiras, sendo referência em memes, virando piada em stand-up.

No Japão, o Super Nintendo World é praticamente uma Disney dos gamers, e ninguém estranha ver adultos de terno e gravata correndo para tirar foto com o bigodudo.

O legado técnico – porque até engenheiro respeita

Além de ícone pop, Super Mario Bros. é estudado em cursos de design de jogos e até em engenharia de software. O jeito que o jogo apresenta regras, ensina sem falar zero e recompensa curiosidade é um caso de estudo. Não é excesso expressar que, em termos técnicos, ele ajudou a fundar a ciência do game design moderno.

40 anos depois – e ainda firme

Chegar aos 40 anos não é pouca coisa. Em tempos em que franquias morrem em um ou dois jogos, Mario continua firme, adaptando-se a cada geração e, ao mesmo tempo, mantendo sua núcleo.

O sigilo? Simplesidade com profundidade. Fácil de jogar, difícil de dominar. Amigável para rapaz, reptante para speedrunner. Esse estabilidade é raríssimo e explica por que Mario nunca saiu de voga.

Logo, molecada, quando vocês ligarem o Switch 2 e jogarem Mario Odyssey 2 em 8K com ray tracing no bigode, lembrem-se: isso tudo só existe porque em 1985 um encanador pulou na cabeça de um Goomba.

Mario não é só um personagem. É um monumento à sobrevivência da indústria, um lembrete de que até os piores crashes podem ser superados com boas ideias.

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