Início » Análise | Beyond Sunset é o filho bastardo de DOOM e Akira

Beyond Sunset não pediu pra nascer, mas a gente agradece mesmo assim! Metacorp e Vaporware chutam a porta dos boomer shooters e entregam um cyberpunk pleno de sangue, neon, katana e nostalgia. E o velho RumbleTech tá rindo feito um lunático pixelado.
Sabe aquele cheiro de fliperama suado misturado com pizza fria e radiação de monitor CRT? Pois é, Beyond Sunset me fez sentir isso de novo.
E não é figura de linguagem, não. É pura terapia de traumatismo gamer dos anos 90, embalada por neon piscante, música synthwave e uma protagonista que corta robôs no meio porquê se o DOOM Slayer tivesse feito curso de filosofia e virado samurai.
A Metacorp e a Vaporware basicamente olharam pra geração de shooters modernos cheios de tutorial e disseram:
“Tá, e se a gente fizesse um jogo que exige revérbero, não paciência?”
E pronto — Beyond Sunset nasceu. É rápido, barulhento, estiloso e feito com o mesmo motor que rodava o DOOM original, o lendário GZDoom. Sim, o mesmo motor que eu usei pra rodar Brutal Doom no meu PC da faculdade em 2006. É porquê se a tecnologia tivesse oferecido a volta e voltado pra quando tudo era simples: um botão pra percorrer, outro pra matar, e zero pra pensar.
Você é Lucy, uma cyber-samurai com memória de Goldfish e reflexos de ninja em Red Bull. Acorda de uma criostasis (ou seja, uma soneca de milénio anos com upgrade de traumatismo) e descobre que o mundo virou um Blade Runner dirigido pelo Michael Bay. Cidade caída, luz neon por todo esquina e um tropa de robôs, mutantes e seguranças corporativos prontos pra virar purê de laser.
A missão? Deslindar quem você é, por que diabos acordou, e quem tá rindo da sua rosto. Mas, convenhamos: o enredo é só uma desculpa pra percorrer, trinchar e explodir tudo. E eu, porquê bom veterano dos tempos de LAN house, agradeço.
O gameplay é a segmento onde Beyond Sunset te mostra que nostalgia e adrenalina são um himeneu feito no inferno. O ritmo é velocidade de boomer shooter clássico — zero de cobertura, reload ou conversa. Cá o lema é “atire, golpe, deslize, repita”.
A katana da Lucy é uma obra-prima. Ela reflete balas, corta drones ao meio e ainda serve pra dar prelecção de moral em chefes de duas toneladas. E quando a coisa aperta, as armas de incêndio entram em cena — escopetas que soam porquê trovões, rifles que vibram com impacto, e granadas que fazem o monitor tremer.
É tipo se Ghostrunner, DOOM Eternal e Shadow Warrior 2 tivessem um rebento enquanto Tron filmava tudo com neon na rosto. E a movimentação? Parece que o Quake Guy tomou moca com o Jin Sakai. Você dá dash, pula em parede, desliza, gira a gládio e ainda solta frase de efeito. É tão caótico que até o teclado parece suar.
A direção de arte é um soco visual direto nos olhos — e eu adorei. Sunset City é o típico cenário cyberpunk que te faz pensar:
“Se isso cá é o porvir, eu quero morar nele… só pra morrer com estilo.”
A estética é vaporwave até o osso — letreiros piscando, chuva ácida, prédios impossíveis e aquela névoa colorida que parece filtro de clipe dos anos 80. O mundo é caótico, mas lindo. Cada explosão parece uma rave, e cada galeria parece uma toga de álbum de synthwave.
E a trilha sonora? Meu camarada, é puro combustível nostálgico. Sintetizadores, baixos pulsantes, batidas que fazem você querer percorrer sem motivo. Coloquei fone e por um momento achei que tava de volta a 1995, esperando um Pentium II carregar Quake.
Sim, existe uma trama. Lucy tentando lembrar quem é, corporações malucas, experimentos secretos — tudo muito Deus Ex, tudo muito “cyberpunk de espírito perdida”.
Mas ninguém joga Beyond Sunset pra filosofia existencial. Cá, o que importa é gritar, percorrer e trinchar o vilão antes que ele fale o nome do projecto maligno.
O que é ótimo. Porque eu não aguento mais jogos que te fazem sentar pra ouvir NPC falando sobre “o significado da consciência”. Lucy não tem tempo pra isso. Ela é do tipo que resolve dilemas morais com espadada no sistema nervoso meão.
Há um sistema de upgrades, missões secundárias e coleta de equipamentos. Mas, sinceramente? Isso é tempero.
Você gasta ponto, melhora arma, coloca implante — tudo pra fazer o que já fazia: matar mais rápido e com mais estrondo.
Zero cá tenta reinventar o gênero. A perdão é justamente ser direto, honesto, e um dedo do meio pro excesso de realismo moderno. Tem bug? Tem. Mas sabe o que é pior que bug? Tédio. E isso Beyond Sunset não tem.
Agora, segura essa: o jogo roda no GZDoom, o mesmo motor dos anos 90. Mas os caras da Vaporware tunaram o bicho até virar uma máquina de luz e movimento. O resultado? Um shooter que roda ligeiro (na teoria), mas que pode travar se você tentar rodar com Chrome ingénuo.
Eu testei numa RTX 3070 e o PC esquentou o suficiente pra cozinhar um ovo. Mas valeu cada proporção. Porque cada frame de Beyond Sunset é uma epístola de paixão pra quem cresceu achando que Duke Nukem 3D era cinema.
Além do sangue e da correria, o jogo tem siso de humor aguçado. NPCs sarcásticos, anúncios corporativos absurdos, e um clima de ironia metódico. Parece que o roteirista escreveu tudo depois de passar a noite assistindo RoboCop e Cowboy Bebop ao mesmo tempo.
Eu gargalhei com os diálogos, com os inimigos, e até com os nomes das armas. E o melhor: o jogo nunca se leva a sério — e é por isso que funciona. É o anti-AAA. É o grito punk do dedo que o gênero precisava.
DOOM Eternal — pela velocidade e ritmo visceral.
Ghostrunner — pela prontidão e combate corpo a corpo insano.
Deus Ex — pela ambientação cyberpunk e conspiração por trás.
Katana ZERO — pelo estilo e pelas frases de impacto.
Blade Runner — pelo neon, pelo tédio e pela melancolia entre tiroteios.
Mas a verdade é que Beyond Sunset tem personalidade própria. Ele sabe o que é, não tenta parecer maior do que devia, e por isso mesmo se destaca. É o tipo de jogo que faz você pensar: “ah, portanto é logo que se faz um retro shooter com espírito novidade.”
No término das contas, Beyond Sunset é um milagre. Um boomer shooter moderno que entende nostalgia sem virar museu, e entende ação sem virar bagunça. É uma epístola de paixão aos velhos tempos, feita pra quem ainda ouve trilha sonora de Quake II no Spotify. Tem seus tropeços? Simples. Algumas missões parecem labirinto feito por arquiteto bêbado, o controle no gamepad é mais temperamental que NPC de FromSoftware, e o clarão do neon pode fritar córnea. Mas, dane-se. O jogo é bom. E, principalmente, é risonho — e isso é o que falta em 80% dos lançamentos modernos. Portanto, sim, Beyond Sunset merece o selo RumbleTech de aprovação nostálgica: “Exploda tudo, reflita projéctil com gládio e ouça sintetizador até sangrar dos ouvidos.”

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