Início » Análise | Cronos: The New Dawn — o survival horror que parece fita VHS soviética com cheiro de mofo e vodka | GameHall
Vista a armadura de ferro, coloca o vinil de soviet wave pra tocar e descobre que a Bloober Team finalmente fez um survival horror digno dos anos 80 que tanto amamos e tememos.
Se você nasceu depois do CD, talvez não entenda a vibe. Mas quem viveu os anos 80 de verdade sabe: tinha alguma coisa de estranho, pesado e ao mesmo tempo fascinante naquele período. O muro de Berlim ainda de pé, a Guerra Fria servindo de tecido de fundo pra qualquer paranoia, e na Polônia… muito, na Polônia a veras já parecia cenário de videogame de terror: prédios cinzentos, concreto rachado, soldados com rosto de poucos amigos e uma sensação regular de que alguém te observava.
Cronos: The New Dawn bebe dessa manancial direto, sem filtro. O jogo abre e você já se sente dentro de um clipe do Joy Division dirigido pelo Tarkovsky. Ruas destruídas, tanques abandonados, brinquedos infantis jogados no meio da lodo — é o tipo de cenário que grita “anos 80 soviéticos” de um jeito que só quem já viu fita de VHS arranhada com noticiário da quadra consegue entender.
E é justamente essa ambientação que dá o tom: Cronos não precisa de milhões de dólares em cutscenes de Hollywood. Ele precisa somente de silêncio, concreto quebrado e monstros esquisitos que parecem ter saído de uma experiência genética em porão comunista.
A Bloober Team é mestra no “te vira pra entender”. A narrativa começa seca: você veste uma armadura metálica — pesada uma vez que se tivesse sido feita de sucata soviética — e sai andando por um mundo quebrado. Quem é você? O que causou o apocalipse? É culpa sua? É culpa dos outros?
Zero disso é entregue de bandeja. O jogo prefere que você descubra nas entrelinhas, lendo bilhetes amassados, encarando cadáveres de colegas de missão e prestando atenção nos detalhes. Esse estilo de narrativa fragmentada lembra muito uma vez que a gente vivia os anos 80: referto de segredos, rumores e verdades que só apareciam quando o rádio de rima dava sinal.
E olha, isso funciona uma vez que motor narrativo. Porque, dissemelhante de muito horror moderno que tenta puxar lore goela inferior, cá você fica o tempo todo curioso, investigando cada esquina uma vez que um detetive da Guerra Fria.
Cronos não tenta reinventar o survival horror. Ele sabe de onde vem e não tem vergonha de assumir suas influências: se você já jogou Dead Space ou Resident Evil 4, vai reconhecer a regularidade. Mas também vai notar que Bloober adicionou suas próprias maluquices.
Ritmo cadencioso: sua armadura é pesada, seus passos são lentos, e cada esquina vira tensão pura. Zero de percorrer feito parkour moderno. Cá você anda uma vez que um tiozão carregando sacola de supermercado enxurro de garrafas de vidro: cauto e barulhento.
Cenários claustrofóbicos: metrôs soviéticos, fábricas enferrujadas, prédios desmoronando. Zero de “open world vazio” — é tudo fechado, referto de pormenor e te obrigando a respirar fundo antes de virar o próximo galeria.
Inimigos grotescos: não espere variedade infinita, mas espere criaturas esquisitas o suficiente pra te dar pesadelo. Uns parecem gente deformada, outros parecem sobras de mesocarpo pendurados em gancho de talho.
E aí entram os gadgets, que são o tempero próprio do jogo.
A Bloober Team decidiu dar um toque retrô-futurista à jogabilidade. Não basta marchar de revólver e escopeta — você tem brinquedinhos extras:
Sensor de vida: acoplado à sua arma, indica se aquele corpo no soalho tá realmente morto ou se vai levantar uma vez que um figurante de Thriller do Michael Jackson. Parece pormenor, mas muda tudo.
Botas de seriedade: permitem marchar no teto, nas paredes e transformar cenários comuns em puzzles de ouriçar. Lembra as seções de seriedade zero de Dead Space, só que com um toque de paranoia soviética.
Manipulador do tempo: em certos pontos, você pode restaurar objetos quebrados ou até manipular o envolvente. Um barril destruído vira explosivo de novo, uma ponte caída pode ser reconstruída. É quase um “MacGyver apocalíptico” em versão sci-fi.
Esses recursos deixam cada espaço fresca. Você nunca sente que está só repetindo sala detrás de sala — sempre tem uma mecânica novidade pra aprender ou exagerar.
Um dos grandes chamarizes do jogo é a fusão de monstros. Se você não queimar um inimigo morto, outro pode se fundir a ele e herdar habilidades. Portanto aquele bicho rápido pode, de repente, salivar ácido porque se juntou a um sucumbido tóxico.
No papel, é genial. Na prática, esbarra num pormenor: munição de lança-chamas é rara. Isso te força a voltar em estações de munição ou inventar rotas alternativas. Não estraga o jogo, mas gera backtracking meio macio. Parece aquele vizinho que tem uma ótima teoria no churrasco, mas esquece de comprar carvão.
E meu companheiro, tem horas que você vai encontrar cada anormalidade que não tem uma vez que não soltar um sonoro P&T# Q#$ P$R@U, logo desvelo se você mora em apartamento e estiver jogando no meio da noite!
Nos anos 80, a gente jogava com pouco: três vidas, continues limitados, cartucho que resetava do zero. Cronos resgata essa filosofia.
Município escasso: cada projéctil é motivo de orgulho. Gasta inverídico? Sofra.
Kits de trato raros: encontrar um é quase uma vez que encontrar cerveja gelada no verão carioca dos anos 80.
Upgrades valiosos: cada ponto gasto no traje ou nas armas tem peso real.
Esse sistema te força a jogar com calma, vasculhar cada esquina e pensar duas vezes antes de restringir o gatilho. Não é um horror injusto — é um horror que serpente responsabilidade.
Cronos não aposta em música épica ou trilha berrante. Ele prefere o silêncio. Só os ruídos do envolvente: o pingar da chuva em um metrô, o vento passando por prédios destruídos, o fragor metálico da sua armadura ecoando em corredores desertos.
É minimalista, mas poderoso. E quem cresceu ouvindo soviet wave sabe: zero mais tremendo do que silêncio quebrado por um som industrial metálico vindo do zero.
É impossível jogar Cronos: The New Dawn sem lembrar dos gigantes que moldaram o gênero. A Bloober Team claramente olhou para Resident Evil 4 e Dead Space, misturou, jogou no liquidificador soviético e serviu num copo de vidro rachado dos anos 80. Mas onde ele acerta mais? Onde escorrega?
Pra facilitar, cá vai a confrontação estilo tábua de fliperama:
Elemento | Cronos: The New Dawn | Resident Evil 4 (Remake) | Dead Space (Remake) |
---|---|---|---|
Ambientação | Polônia soviética dos anos 80, pós-apocalipse, vibe soviet wave. | Povoado europeia isolada, cultos estranhos, vilões caricatos. | Espaçonave claustrofóbica, sci-fi industrial, atmosfera sci-fi clássica. |
Protagonista | Soldada em armadura metálica pesada, misteriosa e sem rosto evidente. | Leon Kennedy, cabelinho de boy band dos anos 2000. | Isaac Clarke, engenheiro traumatizado com rosto de operário cansado. |
Ritmo de jogo | Lento, pesado, cada passo importa. | Mais manipresto, ação misturada com survival. | Meio termo: pesado, mas ainda com fluidez de combate. |
Inimigos | Aberrações mutantes, mesocarpo de laboratório soviético. | Ganados, chefões bizarros e mutações. | Necromorfos grotescos que explodem pedaços. |
Recursos | Escassos, exige planejamento minucioso. | Balanceados, dá pra gastar sem tanta dor. | Limitados, mas o jogo te dá alternativas criativas. |
Atmosfera sonora | Silêncio rachado por sons industriais e metálicos. | Trilha tensa, vozes grotescas e sustos. | Sons de tubulação, gritos no vácuo, respiração no penacho. |
Inovação de gameplay | Gadgets criativos (seriedade, tempo, sensor de vida, fusão de monstros). | Parry com faca, melhorias no ritmo da ação. | Desmembramento estratégico e zero loading. |
Duração | 20h, com exploração pesada e New Game+. | 15-20h, ritmo frenético com ação. | 15h, foco em tensão regular. |
Pontos fracos | NPCs duros, queda de frames, fusão de monstros mal calibrada. | Chefes repetitivos, um pouco de excesso em QTEs. | Backtracking macio em alguns momentos, inimigos repetidos. |
Cronos é o fruto degenerado soviético desses dois: menos polido, mas referto de ideias próprias que brilham.
Resident Evil 4 ainda é o rei da ação com terror de tecido de fundo.
Dead Space continua o rabi do horror sci-fi.
Mas se você quer sentir aquele gostinho de terror experimental, dissemelhante, com rosto de VHS encontrado no porão do seu tio em 1987, Cronos é onde o bicho REALMENTE pega.
No termo das contas, Cronos: The New Dawn é o tipo de jogo que faz o tiozão cá sorrir. Ele tem falhas, sim — NPCs travados, performance que precisa de patch, sistema de fusão que poderia ser lapidado. Mas entrega aquilo que importa: tensão, originalidade e atmosfera que gruda na pele. É uma vez que colocar uma fita VHS antiga: você sabe que vai chiado, que a imagem não vai ser perfeita, mas ainda assim a experiência é única, viva e enxurro de espírito. Cronos: The New Dawn é a prova de que a Bloober Team finalmente chegou ao panteão do survival horror. Não é perfeito, mas é genuíno, atmosférico e memorável. Se você curte Resident Evil, Dead Space ou simplesmente tem saudade de quando soviet wave era trilha sonora da veras, esse jogo é obrigatório. Um brinde de vodka à Bloober: a Polônia pós-apocalíptica nunca foi tão divertida de explorar.
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