Análise | Moros Protocol é o Alien retrô que o PC merecia

Análise | Moros Protocol é o Alien retrô que o PC merecia

6 minutos 04/10/2025

🕹️ RumbleTech analisa o roguelike espacial mais caótico desde que o MSX travou rodando Escol em fita cassete.

Senhores, segurem o joystick de 2 botões, ajustem o cintilação do monitor CRT e preparem o ouvido pra um festival de estrondo metálico e gritos espaciais, porque Moros Protocol é exatamente o tipo de jogo que o tio Rumble sonhava nos anos 80: um FPS roguelike pleno de gosma forasteiro, tiros, espadadas e sofrimento.

A diferença é que agora não tem mais loading de fita nem cheiro de queimado vindo da manancial do TK90X — mas o espírito é o mesmo: um varão, uma nave e o pesadelo cósmico mais bagunçado desde o Alien do Ridley Scott.

🚀 “Houston, o Orpheus virou uma lata de sardinha enxurro de monstros”

A treta começa dentro da nave Orpheus, que um dia foi uma belíssima fortaleza de guerra enxurro de marinheiros intergalácticos armados até os dentes… e agora é só um amontoado de músculos, tentáculos e estrondo de porta emperrada.

Você joga porquê Alex, um pobre coitado que renasce em novos corpos toda vez que morre (tipo um pen drive que não aceita formatação). A cada tentativa, ele tenta desvendar o que diabos aconteceu na nave, enquanto colheita de criaturas que parecem misto de geladeira radioativa com barata de Mad Max.

E o jogo já começa daquele jeito: Você acorda pelado, desorientado e com uma katana futurista — o que, convenhamos, é a forma mais estilosa de morrer no espaço.

⚔️ A gládio salva, mas o troada paga as contas

Moros Protocol é aquele tipo de jogo que mistura ação de fliperama com pena místico.
Primeiro, você só tem uma gládio. Depois, descobre armas que vão de pistolas de plasma a metralhadoras que parecem salivar laser feito aspirador de pó prepóstero.

Mas zelo: munição é ouro, e o jogo te ensina a usar a gládio no paixão ou na dor. O bom é que cada porradinha muito dada nos aliens derruba item, munição e aquele “ping” gostoso que faz o gamer raiz lembrar dos dias de arcade.

Os combates são rápidos, sujos e com aquele feeling de “toma essa, sua ameba mutante!” É o tipo de gameplay que o tio cá chamaria de terapia com cheiro de napalm.

🧠 O loop viciante (e masoquista)

Uma vez que bom roguelike, Moros Protocol funciona no sistema “morreu, volta tudo”. Você entra, explora a nave, morre, volta de novo — e repete o processo até debutar a ver código binário nos sonhos.

A cada novidade tentativa, você desbloqueia melhorias permanentes: mais saúde, mais stamina, mais chances de debutar com uma arma que não pareça de brinquedo da Estrela. É aquele loop infernal que faz o jogador pensar:

“Só mais uma runzinha e eu paro.”

E de repente, você olha pro relógio e já tá no terceiro dia de confinamento voluntário em Marte.

🧩 A nave é um labirinto de pesadelos

A Orpheus muda a cada jogada, com salas aleatórias conectadas por corredores suados e um design que grita “vai dar ruim” a cada porta ensejo. Algumas salas são limpas, outras parecem a geladeira do tiozão gamer que mora sozinho: tudo pingando e pleno de coisa viva dentro.

O jogo é inteligente o bastante pra variar o ritmo.
Nem toda sala é combate, algumas são só… tensão pura.
Você entra, vê o soalho brilhando, e pensa: “venustidade, loot!”
Três segundos depois, o teto desaba e vem uma larva espacial do tamanho de uma Brasília.

O planta é feito de blocos fixos, mas a combinação deles muda o suficiente pra você sempre se ferrar de um jeito dissemelhante. É quase poético.

💉 Upgrades, augments e o vício em números

O lado “planilha de Excel com sangue” do jogo aparece nos upgrades. Tem health verdejante, moeda amarelo, XP azul, e cada cor brilha mais que pintura de MSX com mau contato.

Você gasta grana pra comprar melhorias, gasta vida pra perfurar portas secretas e gasta honra tentando lembrar qual botão recarrega a arma. Os mercadores são raros — e caros. Tipo o camelô de fita de Atari que te vendia “Enduro original” por preço de moto.

Mas quando você consegue aquela melhoria que te dá vida extra por sala limpa, ou uma que acelera o tiro a cada cinco espadadas, o cérebro libera dopamina porquê se fosse 1986 e você tivesse zerado Ghosts ’n Goblins sem continues.

👽 Os inimigos – uma enciclopédia do pesadelo

Tem de tudo:

Monstrinho rastejante que parece barata de laboratório nuclear;

Esfera voadora que cospe laser com som de modem discando;

Bicho gigante que só serve pra te fazer gritar “NÃO AGUENTO MAIS ISSO!” às 3 da manhã.

E o mais bonito? A IA deles é esperta, mas não honesta. Eles vêm em grupo, te cercam, e quando você acha que escapou, vem mais um pulando da tubulação tipo figurante de Aliens, o Resgate.

A ambientação é digna de filme B dos anos 80, com recta a paredes gosmentas, luz piscando e aquele som de porta automática que parece uma orca tossindo. É lindo, é sujo, é o inferno em 3D.

🔫 As armas – do “pow pow” ao “kaboom interestelar”

O arsenal de Moros Protocol é puro paixão radioativo. Tem revólver de robustez, shotgun que vibra o mouse, metralhadora que faz o monitor oscilar e granadas que parecem mini Big Bangs.

Cada arma tem uma personalidade. E um preço. Porque quanto mais poderosa, mais rápido acaba a munição — e você volta pra boa e velha katana, a amiga leal que nunca trava.

Aliás, a katana cá tem mais presença que o protagonista. O som dela cortando forasteiro parece saída de VHS macróbio, e eu renda: se isso fosse um jogo de MSX, o estrondo sairia do speaker com cheiro de ozônio.

🧠 O ritmo perfeito (até demorar demais)

No prelúdios, o jogo flui tão muito que você pensa “meu Deus, isso é crack do dedo!”. Mas depois das primeiras horas, as runs começam a permanecer longas demais, chegando a 90 minutos. É tipo presenciar Os Trapalhões na Guerra dos Mundos: risonho, mas você começa a olhar o relógio e se perguntar onde foi parar a sua juventude.

A repetição é secção da fórmula, evidente. Mas o problema é que, às vezes, você morre no termo da run, depois de lutar 40 minutos contra monstros que pareciam a sogra do Alien, e precisa debutar tudo de novo.
Isso aí faz até o tio cá querer rebobinar a fita.

💾 Performance e estilo: sangue pixelado com elegância

Visualmente, Moros Protocol é um espetáculo de horror retrô misturado com modernidade suja. A estética é aquele cyberpunk mofado que parece cenário de Blade Runner feito com spray e LED barato.
E eu senhor isso.

Roda liso no PC (até no meu i7 de 2014, um verdadeiro guerreiro reformado), e o som é impecável — pleno de plocs, crunchs e pew pew pew dignos de um fliperama barulhento em 1989.

Se eu tivesse jogado isso no meu TK90X, ele teria explodido e me oferecido um choque de gratidão.

Prós:

  • Combate visceral e satisfatório
  • Atmosfera sci-fi retrô perfeita
  • Sistema de upgrades viciante
  • Arte e som impecáveis

Contras:

  • Runs longas demais
  • Aleatoriedade às vezes cruel
  • Dificuldade que borda o sadismo

Nota Final: 8/10

Moros Protocol é o tipo de jogo que faz o tio cá sorrir com um olho e chorar com o outro. Sorrir porque é pura pancadaria sci-fi old school, com ritmo, tensão e um monte de alien pra transformar em purê. Chorar porque as runs longas testam até a paciência de quem esperou meia hora pra carregar Escol em fita cassete. Mas ó, é viciante. Cada morte te ensina, cada tentativa te deixa mais esperto, e cada tiro te lembra por que a gente nutriz games que não te tratam porquê garoto mimada. Pixel Reign, meus parabéns: vocês fizeram um roguelike que parece ter saído de um pesadelo do John Carpenter pretérito por um VHS de 1987 — e eu digo isso porquê panegíricio. Moros Protocol é o Alien meets Doom, com cheiro de disquete queimado e sabor de nostalgia pura.

Fonte

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