Início » Borderlands 4: caos, loot e pouca otimização que irrita
Borderlands 4 chegou chutando a porta do bar do PC Master Race, já pedindo um whisky e reclamando da conta de luz que a GPU vai retrair. De rosto, já aviso: o jogo é bom, é jocoso pra caramba, mas Gearbox conseguiu aquela proeza que poucas empresas alcançam — lançar um baita jogo e, ao mesmo tempo, deixar metade da galera do Steam com vontade de tacar a RTX pela janela. E, sim, estou olhando pra vocês, usuários de 6900 XT, 3080 Ti e até quem vendeu um rim pra comprar a 5080. Não adianta chorar, porque eu também tive meus momentos de stutter e queda de FPS que me fizeram sentir saudade de rodar Crysis em 2007. Só pra avisar, joguei no Xbox Series X e no PC, mas vou focar essa estudo na versão PC, pois você já viu quem eu sou, né? Quem joga no Xbox ou consoles é só ignorar as partes tensas do PC, que o jogo tá bom sim.
Mas segura aí, porque se por um lado a otimização é um muro mal pintado, por outro, o jogo em si é uma sarau. Borderlands 4 é, sem excesso, o mais “Borderlands” dos Borderlands: loot até o talo, diálogos insanos, Claptrap enchendo o saco uma vez que nunca e uma vibe de que você está jogando uma mistura de gravura entusiasmado, rave no deserto e filme B da Sessão da Tarde. Logo bora indagar isso com aquele olhar de engenheiro de TI mal-humorado, mas que no fundo ainda sorri quando dropa uma shotgun corrosiva com perk de recarregar sozinha.
Tecnicamente falando, Borderlands 4 mantém o DNA da franquia: armas absurdas, builds insanas e inimigos que parecem ter saído de um concurso de cosplay mal-sucedido. O sistema de tiro, em termos de resposta de input, está mais refinado que no 3. A latência entre estreitar o gatilho e ver o inimigo virar purê de mesocarpo ficou menor, e isso, para quem gosta de medir até os milliseconds, já é um progresso.
A variedade de armas continua colossal. Mas o que mais curti foi o estabilidade entre tiers. Cá, aquela SMG verdejante com mod aleatório pode concluir sendo mais útil que um rifle laranja todo enfeitado. Isso mostra um trabalho bacana no balanceamento — alguma coisa vasqueiro num looter-shooter. Gearbox entendeu que não adianta encher o jogador de armas se 90% delas só servirem de sucata. Evidente, ainda existe lixo, mas até o lixo brilha mais bonito dessa vez.
Os efeitos visuais e sonoros também estão melhores. O som de impacto, principalmente em headshots, traz aquele punch satisfatório. Você sente a diferença entre um disparo perfurante e uma explosão de granada elétrica. É pormenor técnico, mas pormenor que importa. Borderlands 3 já era bom nisso, mas 4 subiu um degrau.
Kairos é o maior playground já feito para a franquia. Tecnicamente, a transição para um mundo lhano seamless foi ousada, mas… vamos ser sinceros: não ficou perfeito. O pathfinding do planta às vezes parece coisa de estagiário, o fast travel poderia ser mais dinâmico, e a navegação por terreno multilayer faz você terebrar o planta a cada cinco minutos só pra confirmar se não está indo pra direção errada.
Agora, graficamente, Kairos entrega muito no PC high-end. As texturas são detalhadas, o cel-shading está mais suave e menos “cartunesco grosso” que antes, aproximando mais de alguma coisa semi-realista. O problema? As tais quedas de performance quando o jogo resolve carregar áreas novas em tempo real. O stutter de transição é notório e quebra a mergulho. Parece que Gearbox pegou umas lições com Baldur’s Gate 3 e falou: “se a Larian sofre, a gente também pode tolerar”.
Cá está a cereja do bolo técnico: os caçadores. Rafa, Harlowe, Vex e Amon são os mais robustos em termos de design de skill tree da série. Cada um com múltiplas árvores que permitem customização absurda. Pra quem gosta de teoria de builds, dá pra passar horas testando combinações. É quase um laboratório de RPG dentro de um looter-shooter.
E mais: as novas mecânicas de movimento — grappling, glide, ground pound — não são exclusivamente cosméticas. Elas mudam a ritmo do combate. Sim, a Gearbox cometeu a estupidez de colocar dodge, crouch e ground pound no mesmo botão, e isso já me matou mais do que qualquer inimigo. Mas o dinamismo é inegável. Confrontar com Borderlands 2 hoje é uma vez que confrontar Need for Speed Underground com Forza Horizon 5.
O Timekeeper é, tecnicamente, o vilão mais muito construído desde Handsome Jack. Não é só porque o design é intimidador, mas porque a IA dele e dos capangas traz variação de combate. Os “Badass” ainda estão aí, mas agora você nota uma certa perceptibilidade tática — flanqueiam, usam coberturas melhores, e isso é préstimo do AI scripting. Evidente, ainda tem inimigo correndo na sua direção uma vez que se tivesse perdido o busão, mas no universal a lógica de combate está mais refinada.
Agora vem o ponto onde meu lado tiozão azedo aflora. Borderlands 4 está mal otimizado no PC. Pronto, falei. O jogo, em settings médios, deveria rodar liso numa 3080 Ti a 1440p, mas relatos (e minha própria experiência) mostram quedas pra 30-40 fps. Isso é intolerável. Sim, você pode recorrer pro DLSS 4 e pro Frame Generation, mas é quase obrigatório. Isso mostra que o jogo foi lançado contando com tecnologias de upscaling, em vez de otimização real.
Comparando com Borderlands 3, a performance é pior no lançamento. Em 2019, BL3 já rodava de forma razoável em setups medianos. Cá, nem com hardware de ponta você escapa. O que salva é que o motor ainda mantém consistência gráfica, e quando roda liso, o visual é impecável. Mas até corrigirem com patches, prepare-se pra tolerar. E, sim, consoles rodam melhor, principalmente no modo Performance. O Series S até surpreende, segurando 60 fps em 1080p, enquanto o PC sofre.
Borderlands 4 finalmente abraçou o full open world. E cá vai a verdade nua e crua: funciona em partes. O planta é vasto, tem bastante teor, side quests criativas e colecionáveis a rodo. Mas falta coesão ecológica. Não parece um mundo vivo, mas sim uma colcha de retalhos conectada. Os biomas são variados, mas não conversam entre si. É bonito, mas vazio em termos de simulação.
E aí entra o ponto técnico: streaming de assets. O jogo sofre quando precisa carregar novos setores, e o stutter que mencionei antes vem daí. Não há um sistema de preloading eficiente, o que torna a experiência subalterno a outros open worlds recentes, uma vez que Starfield (mesmo com suas falhas) ou até Cyberpunk 2077 pós-2.0.
No quesito narrativa, Borderlands 4 conseguiu lastrar o pastelão com o dramático. O humor é insano uma vez que sempre, mas não passa do ponto. O destaque técnico cá é o voice acting e a mixagem de áudio. O trabalho dos dubladores, é magnífico. Claptrap continua sendo irritante, mas de propósito — e tecnicamente impecável na entrega.
O problema é que algumas missões ainda sofrem de “inflacionite de objetivos”. Vai cá, pega aquilo, volta, fala com fulano, e quando acha que terminou, abre mais três passos. Isso estica artificialmente a duração. Tecnicamente, é padding puro.
Cá Gearbox acertou em pleno. O netcode está mais firme, as sessões são fáceis de entrar e os bosses são rejogáveis de forma prática. O co-op é, sem incerteza, a melhor forma de jogar Borderlands 4. No single-player, alguns bosses se tornam esponjas de balas frustrantes. Mas no co-op, essa frustração vira risada em call. Tecnicamente, a infraestrutura multiplayer está no ponto — o que já é vitória num lançamento moderno.
Borderlands 4 é uma vez que aquele churrasco pleno de mesocarpo boa, cerveja gelada, mas com um vizinho rés reclamando da música subida. O jogo em si é ótimo, viciante, pleno de personalidade e com inovações que elevam a franquia. Tecnicamente, o troada, o design de armas, as classes e o vilão estão entre os melhores da série. Mas a otimização no PC é o elefante na sala. Até arrumarem isso, você vai precisar de paciência (ou de um console). Mesmo assim, é um baita jogo. Não é o GOTY, não é o salvador da indústria, mas é Borderlands no seu auge moderno. Vale cada hora investida, principalmente se você curte looter-shooters.
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