A SNK libera o trailer da mais poderosa das lutadoras de Street Fighter em South Town — e o crossover que a gente sonhava nos anos 90 finalmente virou verdade.
Ah, rapaz… se me dissessem lá em 1993, quando eu ia escondido pro fliperama da esquina com umas fichas no bolso e um pastel de vento na mão, que um dia Chun-Li — A Chun-Li — ia dividir o mesmo ringue com Terry Bogard, eu teria chamado o sujeito de maluco.
Mas cá estamos em 2025, e o impossível aconteceu: a guerreira de Metro City tá descendo o sarrafo em South Town, no glorioso FATAL FURY: City of the Wolves.
A SNK anunciou hoje, lá em Osaka, que Chun-Li é a novidade personagem jogável do City of the Wolves. Ela vem diretamente de Street Fighter, se junta ao Ken Masters (outro infiltrado da Capcom), e tá pronta pra mostrar o que é kung fu de verdade — aquele com chuto rotatório que faz o PS5 lamuriar pra processar o impacto.
Segundo a lore, Chun-Li foi enviada pra South Town pra investigar o renascimento de uma organização criminosa. E olha, se tem uma coisa que essa cidade sabe fazer muito, é produzir bandido carismático e pancadaria estilosa.
A SNK já soltou o trailer (em nipónico e inglês) e ele é uma verdadeira homenagem a tudo que fez a gente amar esses personagens. É chuto, voadora, cabelo voando em slow motion e uma trilha que parece saída direto de um VHS da Locadora do Seu Zé.
Chun-Li é um dos personagens mais técnicos da história dos jogos de luta, e cá não é dissemelhante.
Ela mantém o mesmo ritmo elegante de Street Fighter 6, mas adaptada ao Sistema REV da SNK — aquele esquema novo que transforma qualquer duelo em um balé de reflexos e botões quebrados.
Ela é rápida, imprevisível e, honestamente, a IA dela parece saber o que você vai fazer antes de apoucar o botão. Coisa de feitiçeira.
E evidente, o traje clássico tá de volta — aquele vestido azul com ombreiras que desafiou a física dos polígonos desde os anos 90.
No Modo Arcade, Chun-Li vai investigar a volta da Shadaloo, o grupo que já devia estar reformado, mas insiste em voltar feito filme ruim de ação dos anos 80.
Já no Modo Episódios de South Town, ela tem um roda mais “professoral”: vai ensinar técnicas de kung fu pros moradores da cidade — o que, convenhamos, é o equivalente a dar lição de etiqueta num bar de motoqueiro.
Mas é lítico ver esse toque humano, porque mostra que a SNK e a Capcom ainda lembram que jogo de luta pode ter coração no meio da pancadaria.
Com Chun-Li, o Passe de Temporada 1 de City of the Wolves já soma Andy Bogard, Joe Higashi e Ken Masters. Tudo isso dentro da Special Edition, já que a SNK decidiu que não vai vender o jogo base e o Season Pass separadamente.
É um baita pacote pra quem curte colecionar golpes e hematomas digitais.
E olha, o jogo em si é um espetáculo. O REV System deixa tudo mais fluido, o visual tem um toque de quadrinho entusiasmado e a trilha sonora grita “fliperama nipónico de 1998”.
Se você cresceu vendo o logo da NEO GEO resplandecer na tela e ouvindo o “Winners Don’t Use Drugs” do FBI antes de cada partida, vai sentir aquele calafrio nostálgico na espinha.
Irremissível Fury: City of the Wolves é aquele jogo que me lembra porque ainda vale a pena ter um arcade stick ocupando espaço na sala.
A chegada de Chun-Li é simbólica — é o pretérito e o presente dos jogos de luta se abraçando, com a benção de quem cresceu quebrando controles de Master System tentando fazer um Hadouken funcionar.
Ver Chun-Li e Terry Bogard trocando golpes é quase poético. É uma vez que ver o Van Damme lutando com o Bruce Lee, só que em cel shading e 120 frames por segundo.
E se o horizonte for isso — Capcom e SNK parando de contender e fazendo os fãs felizes — portanto o velho cá tá mais do que satisfeito.
Chun-Li chegou chutando bonito e provando que os clássicos não envelhecem — só ganham textura 4K.
Irremissível Fury: City of the Wolves é um presente pra quem viveu o auge dos fliperamas e uma lição de história pra quem só conhece Tekken por desculpa dos memes.
Agora só falta trazer o Ryu pra completar o pacote e deixar o velho cá morrer em silêncio.
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