Curse Rounds: análise do roguelike cruel e viciante

Curse Rounds: análise do roguelike cruel e viciante

5 minutos 31/08/2025

Então… sabe aquele ditado “a curiosidade matou o gato”? Pois é, aqui no caso, a curiosidade matou foi eu mesma umas cinquenta vezes seguidas em Curse Rounds. 😅

Esse roguelike preto e branco, feito pela Tentacles Interactive e publicado pela QUBYTE, é basicamente um jogo que te olha na cara, abre um baralho de desgraças e pergunta: “qual dessas formas você prefere sofrer hoje?”.

E eu, como boa masoquista gamer que sou, aceitei de braços abertos. Porque, sinceramente, quem olha pro nome Curse Rounds e pensa “ah, vai ser relaxante”?

🎨 Amor à primeira vista (mas só no menu)

Vou ser honesta: o que me atraiu primeiro foram as ilustrações e o visual em preto e branco. Coisa linda, parecia capa de quadrinho indie europeu. Aquela vibe meio Limbo encontra Sin City. Aí eu pensei: “pô, deve ser atmosférico, imersivo, poético até”. É impressionante como um desenho em preto e branco pode chamar tanto a atenção e ser bonito e bizarro ao mesmo tempo.

Aham. Só que não. 😂

Na prática, a tela fica lotada de inimigos, assets jogados como se alguém tivesse apertado “shuffle” no Photoshop, e eu ali no meio tentando entender o que raios era aquela lanterna que mais parecia um estalinho de São João. A primeira morte veio em segundos. E sabe o que o jogo me deu em troca? Um título ilustrado maravilhoso, tão bonito que eu até perdoei a humilhação. Por uns 3 segundos.

💡 A mecânica da maldade

A lógica é simples: você entra numa sala, recebe um “presente” em forma de maldição (sério, parece que o jogo é controlado por uma entidade sádica), e tenta sobreviver.

Essas maldições são sacadas de um baralho com mais de 60 opções, mas vamos ser sinceros: muitas parecem variações da mesma coisa, tipo escolher entre levar um soco no estômago ou um chute no rim. 😭

Pode ser um debuff na sua velocidade, inimigos duplicando quando você encosta neles, chuva infinita caindo na tela, ou a impossibilidade de atirar nos primeiros segundos de cada fase. Eu juro que teve um momento em que pensei: “acho que a Umbrella Corporation fez esse jogo pra treinar a gente na dor psicológica”.

E adivinha? Você não tem escolha boa. Só tem escolha de como vai sofrer.

🔫 Jogo de tiro? De lanterna, bebê

Você controla um bonequinho monocromático (que parece primo distante do Bulb Boy) e luta contra ratos, crocodilos, minhocas gigantes e sei lá mais o quê usando uma… lanterna. Sim, aparentemente o mundo foi pro espaço e o único jeito de sobreviver é com a potência de uma pilha Duracell.

Ok, exagerei: não é só “lanterna”. Tem upgrades que deixam ela um pouco mais digna, mas ainda assim… nada de metralhadora, nada de katana, nada de bazuca. Só você e sua lanterna. É quase poético, se você for otimista. Eu só fiquei frustrada mesmo.

🌀 O loop maldito (mas viciante)

E aqui vem a parte engraçada: por mais cruel que o jogo seja, ele tem aquele “só mais uma run” que vicia. Você morre, aparece aquela ilustração linda no title card, e pensa: “ok, mais uma”.

Aí entra de novo, pega uma maldição ridícula tipo “seus inimigos regeneram vida” e já sabe que vai ser sofrimento. Mas mesmo assim joga.

É um relacionamento tóxico em forma de roguelike. Eu sei que tô sendo maltratada, mas volto sempre.

👾 Inimigos, bosses e… uma máquina de lavar?

No meio da carnificina, aparecem inimigos que vão de roedores reprodutivos a jacarés que dão charge (literalmente trauma do Pantanal). E depois de algumas salas, você encara um boss.

E olha, os bosses são até tranquilos se você ficar em movimento — é quase um Just Dance versão bullet hell. Mas o que mais me deixou confusa foi o prêmio: uma máquina de lavar que cai do céu e te dá buffs. 🤯 Tipo dano extra, velocidade ou até um escudo.

Sim, máquina de lavar. Eu não sei se é genial ou só bizarro, mas eu ri tanto que aceitei.

🎮 Roguelike raiz

Como todo roguelike que se preze, a cada run você escolhe com que item começar, pode pegar atalhos, mas perde tudo se morrer. O que mantém é a sensação de frustração crescente e a necessidade de provar pro jogo que você não é tão ruim assim (spoiler: você é).

Tem também uma página de achievements interna (já que o Switch não tem troféus). Eu até gostei, porque dá aquele gostinho de progresso mesmo quando você só tá colecionando derrotas chiques.

🎶 E a trilha sonora?

Olha, não é horrível, mas também não é memorável. Depois de morrer 20 vezes, tudo vira um grande zumbido de fundo. É como trilha de academia: tá lá, te empurrando pra frente, mas você não vai sair cantarolando.

🌸 Probleminhas e frustrações

Além do caos visual e da dificuldade absurda (mesmo pros padrões roguelike), algumas maldições parecem injustas demais. Tipo: me impedir de atirar por 5 segundos enquanto 200 ratos vêm correndo? Isso não é design de jogo, é bullying digital.

E a apresentação geral lembra mais um jogo de ZX Spectrum (não me odeie, Rumbletech, sei que você amava seu TK90x) perdido no tempo do que algo pensado pra 2025. Eu amo estética retrô, mas aqui ficou meio bagunçado. É aquele look “inacabado, mas estiloso”, sabe?

💀 Dark Souls 2D?

Curse Rounds é como aquele amigo que te chama pra jogar Dark Souls no nível máximo de dificuldade e depois ri da sua cara. Ele não é um jogo “justo” e, de certo modo, nem tenta ser. É feito pra você sofrer, rir do sofrimento e voltar de novo.

Prós:

  • Variedade de maldições engraçadas
  • Desafiante e cruel (se você curte sofrer)
  • Alto fator de replay (loop viciante)
  • Ilustrações em preto e branco incríveis

Contras:

  • Repetitivo rápido, dependendo da sua paciência
  • Trilha sonora esquecível
  • Algumas maldições soam injustas demais
  • Apresentação bagunçada, visual às vezes feio

Nota Final: 7/10

Se você gosta de roguelikes maldosos, onde cada partida é uma piada cruel do destino, talvez seja sua praia. Se você quer algo relaxante e recompensador… fuja. Vá meditar, vá plantar batatas no Stardew Valley. Mas no fim, eu tenho que admitir: mesmo me irritando, eu gostei. Porque cada run é diferente, cada maldição é um caos novo, e as ilustrações em preto e branco são lindas. É um jogo horrível, sim, mas horrível de um jeito charmoso. E isso tem valor.

Fonte

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