Don’t Lose Aggro é o MMO sem amigos que você queria

Don’t Lose Aggro é o MMO sem amigos que você queria

4 minutos 18/10/2025

Esse cá é o paraíso do tanque solitário. Só você, o escudo, e a frustração pixelada.

Se tem uma coisa que o tempo me ensinou, é que jogar de tanque em MMO é igual ser pai de jovem: você colheita, ninguém te agradece e ainda te culpam quando tudo dá inexacto. Mas olha só: agora temos Don’t Lose Aggro, o jogo que pegou essa tragédia social chamada “vida de tank” e transformou em um roguelite single-player.

Zero de raid de madrugada, zero de healer que foi fazer miojo no meio da luta, zero de guilda que some depois da primeira wipe. Cá é você e o caos.

E sabe de uma coisa? Eu gostei. Mesmo que o jogo ainda pareça mais um estágio prático de paciência do que um MMO completo.

⚔️ História (ou a desculpa pra transpor batendo em monstro)

O jogo não tem enredo no sentido tradicional. Não espere cinematics, drama, nem cutscene com dublagem emotiva. A história cá é: “tem bicho vindo, segura o aggro e tenta não morrer.”

Você é o tanque. É o muro. O escudo humano. O herói que ninguém pediu, mas o jogo precisa.

As arenas são divididas por biomas — deserto, ruínas, ilhas amaldiçoadas — tudo muito bonito, mas mais cenário do que narrativa. O que importa é o combate, e nisso Don’t Lose Aggro acerta direitinho.

💪 Jogabilidade – Segura o aggro, e segura o pranto também

O gameplay é aquele “sou eu contra o mundo”. Você entra na estádio, puxa inimigos, administra habilidades e tenta manter a atenção deles — o famoso aggro management.

É o sonho de todo tank traumatizado de MMO: fazer o trabalho sujo sem depender de ninguém.

O combate é rápido, responsivo e, o mais importante, difícil o suficiente pra te manter cauteloso.
Tem que escolher muito a build, saber quando provocar, quando esquivar e quando tomar o tapa com pundonor.

O sistema de classes é simples, mas funcional:

  • Tem o Blocker, que aguenta pancada porquê se tivesse feito pacto com o aço.

  • O Kiter, que corre feito moço fugindo da chinelada.

  • E o Dodger, que basicamente vive de revérbero e moca.

Entre uma run e outra, você ganha pontos pra desbloquear talentos, o que dá aquele gostinho roguelite de “fui destruído, mas pelo menos evoluí”.

O jogo é reptante, mas justo — até o momento em que o RNG decide te sacanear e jogar um director que parece ter saído direto de um treino do Kratos.

👾 Visual e trilha sonora – indie, mas estiloso

Don’t Lose Aggro tem aquele jeitão de jogo feito por uma pessoa só, mas com carinho. Os efeitos são simples, mas funcionam. As arenas são pequenas, mas muito construídas. Zero de gráficos de última geração — o charme tá justamente em parecer um MMO de 2009 que foi pra terapia.

A trilha sonora é o tipo que gruda: temas intensos durante as batalhas, sons de impacto decentes e uma ambientação que te coloca no clima de “tô segurando o mundo nas costas”.

E sim, tem bugs e coisinhas faltando, mas o jogo é honesto sobre isso. Ele não tenta ser alguma coisa que não é. É indie, é direto, é sincero.

💀 Dificuldade e repetição – roguelite raiz

A primeira hora é um sonho: tudo é novo, tudo é reptante. Na segunda, você já começa a perceber que o loop é mais repetitivo que reunião de guilda. Entra, puxa monstro, colheita, ganha XP, repete.

Mas cá vai o truque: o jogo não quer ser longo, quer ser viciante. E quando você desbloqueia novas habilidades e builds, o negócio pega ritmo.

A curva de aprendizagem é rápida, mas cruel. E, rosto, porquê é bom sentir de novo aquele palato de “morri, mas foi culpa minha”.

🧱 Ponto supino – o espírito do tanque

O que realmente faz Don’t Lose Aggro lucilar é a psique dele. É um jogo feito por alguém que claramente entende o sofrimento do tanque.

As animações de provocação, o sistema de aggro, os inimigos que mudam de níveo se você errar uma skill — tudo isso é puro paixão ao papel mais mal-agradecido dos MMOs.

É tipo terapia para quem passou 10 anos segurando director no World of Warcraft enquanto o DPS fazia piada no chat. Finalmente um jogo que diz: “Ei, mano, hoje é o seu dia de lucilar”.

🧩 O que ainda precisa melhorar

Simples, não dá pra fingir que tá tudo perfeito. O teor ainda é restringido — poucas arenas, poucos inimigos, poucas variações de build. Depois de umas 5 horas, você já vai querer mais complicação, mais mecânica, mais opções de personalização.

O jogo ainda carece de polimento em alguns menus, balanceamento de dano e, às vezes, a IA parece estar no modo “segunda-feira de manhã”.

Mas, considerando que foi feito praticamente por uma equipe minúscula, o saldo é positivo. Tem base boa. Falta tempero.

Don’t Lose Aggro é aquele tipo de jogo que não tenta te impressionar com gráficos ou cinemáticas. Ele só quer te colocar pra suar, te fazer sentir importante e lembrar o que é ser o pilar de um combate decente.

Pra quem é ou já foi tanque em MMO, é quase catártico. Pra quem nunca foi, é a chance de entender por que a gente envelheceu 10 anos em cada raid.

É limitado, é simples, é direto — e tem coração. Se continuar recebendo atualizações e expandir o teor, pode virar um dos indies mais legais do gênero.

E fica tranquilo: em breve vem a estudo completa, com builds, dicas e mais piadas sobre DPS que esquecem de desviar do queima.

Fonte

Conteúdos que podem te interessar...