Dyer Expedition é o terror Lovecraftiano que congela a alma

Dyer Expedition é o terror Lovecraftiano que congela a alma

4 minutos 05/10/2025

Por RumbleTech – direto do bunker polar, com o teclado gélido e a sanidade no modo hard!

Sabe aquele tipo de jogo que parece inofensivo, mas de repente você se vê falando com o monitor pedindo pra transpor? Pois é. Dyer Expedition, da Monkeys With Jobs, é exatamente isso — um indie tão insensível, claustrofóbico e lovecraftiano que parece ter sido feito dentro de uma geladeira soviética em 1931.

E o mais insano? É praticamente trabalho de um varão só. Um maluco austríaco que olhou pra At the Mountains of Madness e pensou: “Dá pra transformar isso num point-and-click que derrete o cérebro das pessoas”. E conseguiu.

🧠 A história: Lovecraft, isolamento e dor de cabeça em pixel

Você encarna um investigador (provavelmente sem projecto de saúde mental) que vai até a Antártida em 1931 pra desenredar o que aconteceu com a expedição do Professor Dyer, que simplesmente sumiu no meio do gelo.

A base tá abandonada, o vento parece gritar seu nome e todo passo que você dá é escoltado de um repercussão tipo “vai dar ruim”. O clima é aquele clássico horror cósmico: não tem jumpscare, mas tem aquele desconforto que vai crescendo até você principiar a vacilar da própria sombra.

É tipo se o The Thing do John Carpenter tivesse sido feito num Amiga 500 com trilha sonora em MIDI.
E, sinceramente? Funciona melhor do que muito jogo AAA tentando te assustar com zumbi gritando “boo”.

🎮 Jogabilidade: puzzle, gelo e insanidade em loop

Dyer Expedition é o tipo de jogo que parece simples… até você perceber que ele tá rindo de você pelas costas.

Ele é basicamente um puzzle adventure — e quando eu digo puzzle, não tô falando de “encaixar bloquinho tingido”. Tô falando de ouvir um som de baleia e entender que aquilo é a senha pra furar um portão estrangeiro ascendente enterrado sob 40 metros de gelo.

A cada passo, você encontra uma pista, coleta um item, resolve um mistério… e sente a temperatura desabar.
Os puzzles são inteligentes, mas às vezes meio cruéis — tipo professor de física que coloca pegadinha na prova.

Tem hora que o jogo cercadura o sadismo. Um jogador no Steam resumiu muito: “o jogo é incrível, mas me fez sentir ignorante por 30 minutos seguidos”.

E olha, quando um fã de Lovecraft diz que alguma coisa é complicado, é porque o bagulho é realmente não-euclidiano.

❄️ A ambientação: um pesadelo em pixel-art gélido no tempo

Visualmente, Dyer Expedition é uma missiva de paixão ao horror retrô. Os gráficos lembram os tempos do PS1, aquele 3D mal renderizado que dava mais pavor que realismo.

Mas cá o estilo pixelado e granulado não é preguiça — é escolha. Uma estética que te joga num delírio visual de ruínas, neve e silhuetas distorcidas.

Cada cenário parece uma pintura feita à mão com insensível e paranoia. As sombras se movem de um jeito que te faz pensar: “Isso é bug ou alguma coisa me observando?”

E o som? Meu companheiro… A trilha sonora é praticamente o próprio vento do inferno: ruídos metálicos, estalos de madeira, o repercussão da tua respiração… e o silêncio. Aquele silêncio integral que grita mais superior que qualquer grito.

É um terror sensorial, não psicológico. É o tipo de jogo que você sente no estômago.

⚙️ Mecânica e limitações: o gelo é lindo, mas escorregadio

Uma vez que todo bom indie solo, Dyer Expedition é genial e imperfeito ao mesmo tempo.

Tem bugs ocasionais, alguns puzzles que quebram sem explicação, e uma linearidade que poderia ser um pouquinho mais ocasião.

Zero que arruíne a experiência, mas às vezes dá vontade de mandar um e-mail pro dev com um print e um “face, o declínio me engoliu, era pra sobrevir isso?”.

Também tem o fator “limitado demais”: muita gente zerou o jogo em menos de uma hora. É tipo um sonho perturbador — você acorda suando e pensa “acabou?” enquanto o cérebro ainda tenta entender o que aconteceu.

Mas, sinceramente, não vejo isso porquê defeito. Vejo porquê uma demo do apocalipse.

💀 A origem Lovecraftiana

O valor de Dyer Expedition é tomar a espírito do horror cósmico sem precisar mostrar o monstro.
Você sente o pavor antes de ver, e quando vê… talvez não quisesse ter visto. É o tipo de jogo que deixa mais perguntas do que respostas, e isso é proposital.

Lovecraft dizia que o maior pavor da humanidade é o pavor do incógnito. Pois muito, Dyer Expedition transformou isso num gameplay — e te deixa sozinho, gélido e duvidando da tua sanidade.

Prós:

  • Atmosfera pesada, fria e absurdamente muito construída.
  • Puzzles inteligentes, simbólicos e (quase sempre) lógicos.
  • Visual retrô charmoso, lembrando clássicos de PS1 e PC dos anos 90.
  • Referências sutis e bem-feitas ao universo Lovecraft.
  • Trabalho solo impressionante, com desvelo e propósito.

Contras:

  • Duração curta (é mais um mergulho do que uma expedição).
  • Linearidade — pouca liberdade de exploração.
  • Bugs ocasionais e glitches que quebram puzzles.
  • Pode ser frustrante se você não fala fluentemente “mistério místico de 1931”.

Nota Final: 7/10

Dyer Expedition é o tipo de jogo que não tenta competir com os grandes — ele vala o próprio buraco no gelo e te labareda pra entrar. É mais uma experiência do que uma proeza. Mais uma viagem mental do que um jogo tradicional. E no final, quando o helicóptero vai embora e você fica sozinho na neve, você percebe: não era o insensível te matando… era o conhecimento proibido que você adquiriu.

Fonte

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