Início » Effulgence RPG: o delírio sci-fi feito por um dev só

Por RumbleTech – direto do bunker iluminado por CRT virente e cheiro de soldagem queimada
Senta, liga o estabilizador e prepara o disquete, porque o jogo de hoje é o tipo de coisa que faria o Bill Gates repensar a invenção do BASIC.
Tô falando de Effulgence RPG, um delírio eletrônico criado por uma única espírito corajosa chamada Andrei Fomin — o sujeito que aparentemente olhou pra um terminal DOS, tomou um gole de moca indiferente e pensou: “E se eu transformasse ISSO num RPG interdimensional?”.
O resultado? Um jogo feito inteirinho com símbolos de texto, uma vez que se o ZX Spectrum tivesse se fundido com o HAL 9000 e o resultado decidisse gerar arte moderna com o teclado numérico.
Em Effulgence RPG, você vive num universo que parece saído de um sonho febril depois de maratonar Tron, 2001: Uma Odisseia no Espaço e Matrix, tudo ao mesmo tempo, enquanto alguém batuca um modem de 56k no fundo.
Não existe “história” no sentido tradicional. É mais uma vez que se o universo fosse uma metáfora programável, e você, o jogador, um hacker cósmico com poder de quebrar monstros e transformá-los em matéria-prima.
Sim, você leu perceptível. Cá, os inimigos não deixam loot — eles vão virar ingredientes. Você os decompõe em partículas para nutrir uma impressora 3D de código-fonte e gerar armas, armaduras e, com sorte, um tanto que não exploda na sua face.
O lore é propositadamente dúbio, uma vez que se o Andrei tivesse deliberado deixar 80% da história nas entrelinhas e os outros 20% escondidos em ASCII piscante.
E sabe o que é pior? Funciona. A cada tela, você tem a sensação de estar decifrando uma transmissão estranho codificada em linguagens de programação esquecidas pelos deuses da computação.
O sistema de combate é por turnos, mas não espere zero de “clássico”. É uma vez que se o Final Fantasy VI tivesse sido refeito por alguém que dorme adoptado com o manual do Unix.
Cada inimigo é uma entidade feita de símbolos, que se decompõem em “material”. Você coleta essa bagunça cósmica e a transforma em armas através de uma matter printer — uma espécie de impressora 3D de códigos binários, só que mais barulhenta.
Parece simples, mas não é. A cada guerra, você precisa determinar o que imprimir, o que velar e o que sacrificar. Errar o cômputo é pedir pra morrer — e cá morrer significa ver o terminal explodir num festival de caracteres piscando, enquanto a trilha sonora toca um tanto que parece um modem sendo possuído.
O ritmo é ritmado, mas cada movimento tem peso. As batalhas lembram uma versão do dedo e psicótica de um RPG de tabuleiro — um D&D jogado dentro do Windows 95.
E antes que você pergunte: sim, dá pra se perder olhando pras partículas flutuantes tentando entender o que é pavimento, inimigo, ou só um “@” perdido. Alguns usuários do Steam até reclamaram que o jogo às vezes parece uma arte abstrata que decidiu te desancar com uma régua.
A teoria medial de Effulgence é reconstruir pra sobreviver. Cada pessoa destruída te dá material — o combustível pra imprimir novos equipamentos. A lógica é quase alquímica: você mata, desmonta, imprime, repete.
E nesse ciclo de reciclagem cósmica, você começa a entender o jogo: não é só sobre vencer combates, mas sobre manipular o próprio universo uma vez que se fosse um software bugado.
Tem upgrades, novas impressoras e aprimoramentos de personagem. Só que zero vem fácil — tudo custa tempo, recursos e provavelmente um pouco da sua sanidade.
O dev, sendo um varão só, fez questão de não segurar a tua mão. Não tem tutorial que diga o que cada coisa faz. Não tem seta te guiando.
É você, a interface feita de texto, e a coragem de clicar num botão chamado “DECONSTRUCT ENTITY” sem saber se vai lucrar um item ou sumir da existência.
Agora vem a secção mais inacreditável: o visual. Tudo — absolutamente TUDO — é feito com caracteres de texto. Montanhas, chuva, monstros, portais, explosões.
É uma vez que se alguém pegasse o ASCII Art do ICQ e desse vida própria.
E o resultado é hipnótico. As partículas piscam, o mundo pulsa, e as animações parecem um screensaver de 1994 que ganhou consciência. Tem reflexos na chuva simulados com caracteres, tem luzes piscando com “#”, e o pavimento parece dançar enquanto você anda.
Sério, tem momentos em que você sente que tá dentro de um terminal DOS que resolveu se vingar da humanidade. É bizarro, lindo e completamente dissemelhante de qualquer coisa lançada em 2025.
O som é um caso à secção. Não espere orquestras épicas — cá, o que toca é o fragor do universo morrendo em formato eletrônico. Zumbidos, chiados, batidas sintéticas e aquele vruuuuuuuuup clássico que te faz descobrir que um CRT vai estourar a qualquer momento.
É uma vez que se o Kraftwerk tivesse feito trilha pra um jogo de RPG dentro de um mainframe soviético. Inquietante, repetitivo, mas totalmente dentro da proposta.
Effulgence RPG é um jogo que não faz a menor questão de ser alcançável. Ele é estranho, é técnico, é deliberadamente confuso — e é exatamente isso que o torna fascinante.
É o tipo de projeto que só poderia nascer da mente de um dev solitário com mais paciência que o próprio Deus do Assembly. Andrei Fomin fez um jogo que parece saído de um universo paralelo, onde a Atari nunca morreu e o MSX evoluiu pra um tanto consciente.
Pra quem cresceu vendo texto virente piscando em telas de fósforo, Effulgence é uma viagem nostálgica e psicótica. Pra quem nunca jogou um tanto assim, vai parecer um colapso do dedo — e, honestamente, é. Mas é um colapso lindo.
💬 Effulgence RPG é a prova viva de que ainda dá pra fazer um tanto novo em 2025 sem plagiar Soulslike nenhum.
É estranho, fascinante e exige uma mente que goste de ver o caos em forma de código.
Em breve teremos a estudo completa, com mais horas de jogo, algumas dores de cabeça e possivelmente um luminar fundado em torno do símbolo “@”.

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