Ex-desenvolvedor de Call of Duty, Glen Schofield, critica aquisição da Activision pela Microsoft: “O jogo não é mais o mesmo”

Ex-desenvolvedor de Call of Duty, Glen Schofield, critica aquisição da Activision pela Microsoft: “O jogo não é mais o mesmo”

3 minutos 17/10/2025

O ex-diretor de Call of Duty, Glen Schofield, criticou claramente a obtenção da Activision pela Microsoft durante entrevista ao site VGC na Gamescom Asia, em Bangkok. O veterano, que dirigiu Modern Warfare 3 (2011) e fundou o estúdio Sledgehammer Games, afirmou que a fusão com uma megacorporação está prejudicando a núcleo da franquia e o espírito criativo das equipes que a tornaram um fenômeno global.

Segundo Schofield, a integração à estrutura da Microsoft pode provocar o mesmo declínio que ele observa em outras propriedades da empresa:

“Eu me preocupo imensamente. Porque o que aconteceu com Gears of War? Onde está Halo? Você olha para a EA, olha para essas grandes companhias, e se pergunta: ‘onde estão os jogos que definiram essas marcas?’. Muitos simplesmente caem no esquecimento.”

Ele também destacou que o ritmo e o protótipo de produção anual de Call of Duty são elementos centrais do seu sucesso, e que mudar isso seria um erro irremissível:

“Se eles decidirem lançar o jogo a cada dois anos, vão perder um bilhão de dólares por ano. É por isso que Call of Duty nunca fez isso. Essa máquina precisa rodopiar todo ano.”

Schofield ainda expressou preocupação com a mudança na cultura interna e nos incentivos:

“Depois que uma empresa é assimilada por outra desse tamanho, ela passa a adotar seus traços. Eu não sei ao patente, mas imagino que o sistema de bônus da Activision já tenha sido substituído pelo da Microsoft. E as pessoas vão perceber que ‘não é mais a mesma coisa’.”

O fundador de Dead Space foi ainda mais direto ao criticar a perda de qualidade recente:

“Vou dar um exemplo interesseiro: desde que saí da Sledgehammer, nenhum dos jogos tem sido muito bom. O último Modern Warfare 3 teve nota 50. Eles ainda vendem muito, simples. Mas não são os mesmos jogos. Não têm mais o mesmo toque.”

Para Schofield, a era de ouro de Call of Duty acabou junto com o período em que diretores experientes tinham liberdade criativa.

“Eu tive sorte de estar no auge da EA e da Activision. Era uma idade em que os melhores estavam lá. Modern Warfare 3 foi o último Call of Duty a lucrar o prêmio de Jogo de Ação do Ano, e meus outros dois foram indicados. Hoje, você não vê mais isso.”

Além das críticas à Microsoft e à Activision, Schofield também comentou outros pontos da indústria. Ele defendeu o uso de perceptibilidade sintético generativa uma vez que utensílio de pedestal à geração de jogos, afirmou que a falta de diretores qualificados é o principal problema das produções AAA atuais e lamentou o término da E3, dizendo que o evento fazia falta uma vez que vitrine global.

“A indústria está doente, mas não perdeu a originalidade. Precisamos curá-la. Faltam líderes que saibam guiar um jogo e inspirar equipes. E precisamos de eventos uma vez que a E3, que faziam o público sonhar.”

Mesmo com as críticas, Glen Schofield mantém esperança de que o setor volte a valorizar o talento e a inovação supra das estruturas corporativas.

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