Gears of War: Reloaded é churrascão de tiros que ainda vale

Gears of War: Reloaded é churrascão de tiros que ainda vale

4 minutos 01/09/2025

Onde tudo começou – e por que ainda funciona!

Cara, parece que foi ontem que eu botei o disco do Gears of War no Xbox 360 (sim, já fui consolista igual vocês da plebe) e pensei: “pronto, acabou o rolê de Halo, agora é isso aqui que vai dominar”.

O barulho da Lancer serrando Locust no meio era praticamente música de churrasco gamer em 2006. E não era só pelo gore gratuito (embora ajudasse, claro). Era pelo sistema de cobertura que, na época, parecia bruxaria.

E agora, em Gears of War: Reloaded, a campanha segue do jeitão clássico: Marcus Fenix, Dom Santiago e o resto da rapaziada tentando impedir que os Locust transformem Sera num queijo suíço cheio de buracos. A diferença é que agora tudo vem com maquiagem nova — sombras mais bonitas, iluminação que parece ter passado no filtro RTX e cutscenes que rodam sem travar (na maioria das vezes).

Sim, também traz de volta o Ato 5, aquele que só quem jogou no PC lembra, o que sempre foi motivo de recalque pros consolistas. Aqui ele tá incluso de cara, sem precisar apelar pro torrent ou pro Windows Live que vivia caindo.

Reloaded ou “remaster do remaster”?

E aqui vem a treta: vale a pena mais um remaster? Porque, sejamos sinceros, a Ultimate Edition de 2015 já tinha feito esse serviço. O que Reloaded entrega é mais polimento: texturas mais detalhadas, uma iluminação que parece que contrataram o sol da Capcom, e algumas melhorias de performance.

Mas se você colocar lado a lado com a Ultimate, o salto não é lá gigante. Não é tipo pegar Doom de 1993 e comparar com Doom Eternal. É mais pegar aquela carne que já tá boa e jogar uma pimentinha a mais — vai ficar mais saborosa, mas continua sendo o mesmo corte.

E sabe de uma coisa? Funciona. Porque, no fundo, Gears é atemporal. Jogar hoje continua divertido como era há quase 20 anos. Sair do cover, soltar granada de fumaça, mandar Locust pra vala com a Gnasher… Isso nunca envelhece.

Inteligência artificial de churrasqueiro cansado

Nem tudo são flores, claro. Em algumas missões, a IA dos companheiros decide tirar férias. O Dom, que já era o “Robin” do Marcus, de vez em quando trava no cenário e só volta quando você passa de checkpoint. Parece até convidado de churrasco que só levanta da cadeira quando anunciam que a carne tá pronta.

Esses bugs não estragam a experiência, mas irritam. Principalmente porque esse tipo de coisa já deveria ter ficado no passado.

Multiplayer – a verdadeira farofa da festa

Se a campanha é a picanha, o multiplayer é a farofa com bacon que todo mundo repete. Reloaded mantém os modos clássicos: Team Deathmatch, Rei do Pedaço, Zona de Guerra… tudo aquilo que fez Gears ser único no online.

E o melhor: os servidores oficiais no Brasil fazem o ping ficar decente. Chega de morrer porque o gringo dos EUA viu primeiro. Aqui, se você morrer, é porque errou mesmo — ou porque não soube fazer o famoso one-shot de Gnasher sem mirar, aquele movimento que separa os homens dos moleques.

As skins estão de volta, inclusive a Lancer dourada, que até hoje é status de “tiozão que joga desde o começo”. Pode falar o que quiser, mas não tem Fortnite que bata a sensação de explodir um Locust no multiplayer clássico de Gears.

O peso da nostalgia – e o fantasma do E-Day

O que todo mundo já sacou é que Reloaded não existe só pra “celebrar o clássico”. Ele é também o aquecimento pro Gears of War: E-Day, que promete voltar lá pro começo de tudo. É tipo aquele churrasco de fim de semana que você faz só pra ensaiar a festa de aniversário de verdade.

E nesse papel, Reloaded manda bem. Ele lembra porque Gears foi gigante, porque Marcus e Dom são ícones e porque até hoje a indústria tenta imitar o sistema de cobertura e falha miseravelmente.

Prós:

  • A campanha continua icônica – de General RAAM até a primeira vez que você encara uma Berserker, tudo ainda arrepia.
  • O multiplayer segue único – nenhuma outra franquia replicou com sucesso essa mistura de cover e brutalidade.
  • Os personagens ainda são carismáticos – Marcus com seu jeitão marrento, Dom com a carga emocional, Cole gritando como se tivesse num estádio.

Contras:

  • Visualmente, não é tão diferente da Ultimate Edition – se você jogou em 2015, talvez sinta que só ganhou um HDR mais forte.
  • Bugs de IA atrapalham – companheiros que travam não combinam com jogo “Reloaded”.
  • Falta de novidades reais – além de mais polimento, não há nada que mude a experiência de verdade.

Nota Final: 8/10

Gears of War: Reloaded não é o jogo que vai reinventar a roda. Mas também não precisa. Ele é a confirmação de que, quase duas décadas depois, o churrascão de tiros de Marcus Fenix ainda tá suculento. Se você é novato, é a chance perfeita de conhecer a obra-prima. Se você é veterano como eu, que zerou no 360, jogou no PC e até hoje tem pesadelo com o General RAAM, é a desculpa ideal pra revisitar Sera mais uma vez. No fim das contas, Reloaded é aquele clássico prato de churrasco que você já comeu antes: pode não ter nada novo, mas continua matando a fome melhor do que muito fast-food genérico que anda saindo por aí.

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