Jogamos NOOK FALL: West Town e sua melancolia aconchegante

Jogamos NOOK FALL: West Town e sua melancolia aconchegante

4 minutos 30/11/2025

MAGALI PIXEL ENTROU EM WEST TOWN COM O MESMO ASTRAL DE QUEM CHEGA NUM BAIRRO NOVO E JÁ OLHA PRO LADO PENSANDO “HUM, ESSE LUGAR TEM ENERGIA DE SEGREDO GUARDADO”.

Sim, meu gulosice: hoje é dia de JOGAMOS, e o jogo da vez é NOOK FALL: West Town, da NarraTruth Games — aquele indie que parece simplesinho por fora, mas por dentro tem camadas emocionais, charme de cidade pequena e um mistério urbano sutil que te fisga sem nem pedir licença.

Segura minha bolsinha transpassada, ajeita o cachecol e vem comigo passear por essa cidade melancólica que parece saída de um livro de livraria antiga.

A primeira coisa que me encantou em NOOK FALL: West Town é o clima. Sabe aqueles jogos que não te puxam pelos gráficos, nem pela ação, mas sim pela vibe? Pois é. West Town tem toda a vibe de “lugares que guardam memórias”, uma vez que se cada poste, cada banco de terreiro e cada vitrine vazia tivesse uma história esperando pra ser contada.

A proposta do jogo é gostosinha desde o primórdio: você chega uma vez que um forasteiro (alô, protagonista misterioso!) em West Town, que está prestes a iniciar um festival importante. Nos dez dias seguintes, seu objetivo é conviver com os habitantes, gerenciar sua lojinha, escutar fofocas, desenredar segredos e observar a vida ao seu volta com aquela calma de quem toma moca sem pressa olhando o mundo passar.

E tudo isso com uma estética meio retrô, meio pintada à mão, meio “álbum de memórias que encontrou mofo e verso ao mesmo tempo”. A NarraTruth Games conseguiu fazer um daqueles mundos onde até o silêncio parece racontar história.

Uma coisa que percebi rápido: NOOK FALL não é sobre ação, não é sobre tiro, não é sobre explosão. É sobre andejar, observar, conversar e — principalmente — sentir.

Você percorre bairros, pega o bonde, visitante lojinhas, cuida da sua própria loja, descobre documentos antigos, conversa com moradores esquisitos (todos são levemente esquisitos — mas de um jeito bom), e vai percebendo que existe um fio condutor sombrio ligando as pessoas e o pretérito do lugar.

É um jogo de ritmo lento.
Daqueles em que você passa cinco minutos parado encarando a frontaria de um prédio só porque gostou do jeito que a luz cai nele.

Mas é exatamente isso que torna West Town tão peculiar: não tem aquela sensação de “preciso percorrer pra completar as coisas”.
Você faz tudo no seu tempo.
O jogo te olha e diz:
“relaxa, fica à vontade, explora quando quiser.”

E eu, sinceramente, adoro esse tipo de experiência.

A direção de arte é charmosa de um jeito muito específico: ela parece saída de um edital idoso encontrado numa gaveta.
Linhas suaves.
Cores apagadas.
Texturas que lembram papel e tinta.

Esse estilo dá pra West Town uma espírito própria.
Não é só “um cenário de jogo”: é literalmente uma cidade desenhada por alguém que gosta de retratar a tristeza com formosura.

E o mais lícito: à medida que você conhece as pessoas, entende as rotinas e percebe uma vez que cada personagem reage ao festival que se aproxima, você fica com a sensação de que a cidade está respirando.

Tem nostalgia.
Tem melancolia.
Tem um ar de saudade de um tanto que você nem viveu.
E isso é uma delícia pra quem gosta de jogos narrativos com clima.

Depois de explorar bastante, algumas impressões se destacaram:

💛 Pontos que ganharam meu coração

  • Liberdade totalidade de ritmo: você joga no seu tempo. West Town não te apressa, não te empurra, não te sufoca.

  • Clima narrativo impecável: o mistério sutil + festival + memórias antigas criam um charme irresistível.

  • Personagens com personalidade: cada morador tem uma virilidade própria que te faz querer conversar mais.

  • Ambientação de encher os olhos: o visual retrô-desenhado-à-mão tem uma aura única, que gruda no peito.

⚠️ Coisinhas que me deixaram atenta

  • O ritmo lento pode cansar quem espera ação ou urgência.

  • É um jogo que depende mais do “sentir” do que do “fazer”.

  • Por ser indie em desenvolvimento, sempre existe aquele susto de o teor final não entregar tudo que promete.

Zero disso estraga a experiência — só serve de aviso pra quem for entrar esperando um tanto mais tradicional.

Depois de andejar pelos trilhos do bonde, conversar com personagens estranhos e reorganizar minha lojinha um milhão de vezes (eu AMO organizar), percebi que NOOK FALL: West Town tem aquele tipo de espírito que só alguns indies conseguem captar. É um jogo sobre vida cotidiana, mas também sobre saudade, pretérito, segredos, pessoas tentando seguir em frente.

É sobre estar em um lugar novo e sentir que ele já te reconhece.
É sobre observar — e ser observado.
É calmamente melancólico.
É docemente estranho.
É West Town, e só isso já me fez querer permanecer mais.

Esse texto foi só o “JOGAMOS”, aquele primeiro olhar carinhoso sobre West Town e seus mistérios.
Mas o jogo merece muito mais — merece lupa, merece carinho, merece um texto aprofundado destrinchando tudo: festival, narrativa, personagens, escolhas, horizontes e, evidente, o “por quê” dessa cidade viver desse jeito tão bonito e triste.

Logo prepara o coração: em breve teremos a ANÁLISE COMPLETA de NOOK FALL: West Town com todos os detalhes que você nutriz.

Agora guarda esse casaco, porque West Town esfria rápido. 🌙💕

Fonte

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