Kamiya diz que Scalebound teria vingado no Japão

Kamiya diz que Scalebound teria vingado no Japão

3 minutos 17/09/2025

Scalebound… aquele jogo que todo mundo jurava que ia ser a salvação do Xbox One, com dragão gigante de estimação, combate referto de estilo e um protagonista que parecia ter saído de um clipe de nu-metal de 2003. Só que não rolou. E agora, anos depois, Hideki Kamiya resolveu transfixar o coração e manifestar que, se tivesse rolado com uma publisher japonesa, o fado teria sido outro.

E olha, vou ser sincero: o varão tem todo o recta de chorar as pitangas. Finalmente, se você cria um jogo com dragão pet e ele morre na praia antes de nascer, quem não ficaria remoendo? Eu até hoje não superei o Battletoads Turbo Tunnel, imagina um projeto multimilionário.

Publisher ocidental vs. publisher japonesa: pugna de vizinho

Kamiya basicamente disse o seguinte: “olha, com publisher ocidental é pressão o tempo todo, tipo sogra pedindo resultado antes do feijoeiro permanecer pronto. Já os japoneses te deixam cozinhar lentamente, mesmo que o arroz queime no processo”.

Segundo ele, a galera do Japão entende o valor de produzir uma mecânica novidade, mesmo que seja um parto demorado. Foi assim com o Witch Time em Bayonetta, com o pincel divino em Okami e até com as doideiras de The Wonderful 101. Já no oeste, se não tiver um molde pronto, tipo “faz outro FPS genérico aí”, o pessoal começa a suar insensível.

E, cá entre nós, dá pra entender os dois lados. Publisher ocidental quer lucro rápido, porque acionista não tem paciência. Publisher japonesa às vezes tem paciência até demais — vide quantos RPGs levaram dez anos pra transpor.

Scalebound: o eterno “e se…”

O caso de Scalebound é aquele clássico “e se” dos games. O jogo prometia: controlar o herói e o dragão ao mesmo tempo, cenários épicos, combate estiloso. Mas uma vez que não tinha nenhuma referência parecida, os engravatados ficaram desconfiados. “Cadê o molde? Cadê o PowerPoint mostrando que isso vai dar moeda?” – parecia reunião de escritório.

Resultado: o projeto foi pro limbo. E desde logo, Scalebound virou um tipo de Unicórnio Gamer – todo mundo fala dele, mas ninguém viu de verdade.

Chororô justificado (mas ainda é chororô)

Kamiya deixou simples que o fracasso foi, no término, responsabilidade da PlatinumGames (e dele também, uma vez que diretor). Justo. O varão não fugiu da culpa, mas não resistiu a cutucada: “se fosse com publisher japonesa, seria dissemelhante”.

E vamos combinar: ele tá claro e falso ao mesmo tempo. Visível porque sim, publishers japonesas deixam inventar voga. Incorrecto porque inventar voga não garante que ia dar claro. A gente sabe: já vimos jogo nipónico flopar porque ficou experimental demais (The Last Guardian, tô olhando pra você).

No término das contas…

Kamiya hoje toca o Clovers, estúdio novo, e tá envolvido com a sequência de Okami. E aí vem a prelecção de tiozão da firma: reclamar faz secção, mas também é preciso seguir em frente. Chororô de vez em quando é permitido, ainda mais quando você tinha um dragão gigante pronto pra rutilar.

Logo fica o recado: Kamiya pode chorar as pitangas à vontade, porque Scalebound seria mesmo um jogaço no mínimo curioso. Mas, no término, talvez o dragão tenha nascido grande demais pro estábulo que a Microsoft ofereceu.

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