Lost Soul Aside tropeça na largada: UltiZeroGames tenta consertar carro já batido

Lost Soul Aside tropeça na largada: UltiZeroGames tenta consertar carro já batido

4 minutos 08/09/2025

Lançado posteriormente quase dez anos de promessas, RPG chinês estreia com vendas fracas, reviews divididos e porvir mais incerto que patch day da Ubisoft.

Quando se falava em Lost Soul Aside, o hype era digno de Despensa do Mundo: trailer estiloso, combate que parecia mistura de Devil May Cry com Final Fantasy XV, e a aura de “grande aposta do China Hero Project da PlayStation”. Pois muito, o jogo saiu no termo de agosto e a verdade bateu porquê bug de física: reviews medianos, vendas baixas e um porvir que já nasceu tropeçando.

Do hype ao baque: números que não mentem

Durante a produção, Lost Soul Aside foi tratado porquê a vitrine do talento chinês nos consoles da Sony. Mas no Steam, o pico foi de exclusivamente 3 milénio jogadores simultâneos na estreia. Em uma semana, despencou pra menos de 500. Vendas? Estimadas em 40 milénio cópias no PC. Mesmo juntando o PlayStation, sovar um milhão é sonho distante.

No Japão, ainda conseguiu 7 milénio cópias físicas na primeira semana. Ok, não é fiasco totalidade, mas quando você carrega o selo “grande aposta da Sony”, isso soa mais porquê “lançamento de nicho indie”.

E o caso mais bizarro: um live stream de uma hora com o diretor Yang Bing, que rendeu… quatro cópias vendidas. Isso mesmo. Quatro. Isso é menos que a média de venda de tecido de prato na feira do bairro.

Review bombado? Nem isso.

No Steam, a média é 55/100. O público elogia o combate — rápido, estiloso, até viciante. Mas o resto… história rasa, mundo vazio, otimização no estilo “faz upgrade na placa aí que resolve”. Frame drop, crash, stutter, tudo o que você espera de um jogo que demorou dez anos pra trespassar, mas pareceu ser montado às pressas.

O resultado é aquele limbo perigoso: não é ruim o bastante pra ser meme, nem bom o suficiente pra ser lembrado. O jogo tá no meio da estrada, parado no assento, com o pisca ligado e ninguém parando pra ajudar.

Pequeno time, grande problema

A UltiZeroGames é um estúdio pequeno, e isso transparece. Dez anos de desenvolvimento sugam robustez, verba e sanidade. Yang Bing, que começou o projeto praticamente sozinho, virou símbolo de perseverança. Mas no termo, fica a pergunta: vale a pena investir mais uma dezena num projeto que já nasceu mancando?

Simples, dá pra lançar patch. Melhorar otimização. Mas porquê já vimos com Anthem e Babylon’s Fall, patch não corrige falta de psique. Se o design base não engaja, não é bug fix que vai salvar.

Quando a promessa vira alerta

Lost Soul Aside é o retrato de um problema maior da indústria: hype descontrolado em cima de projetos longos. A expectativa cresce tanto que, quando o jogo finalmente chega, não tem porquê entregar o prometido. É o mesmo traumatismo de Cyberpunk 2077 (no lançamento), só que sem a marca CD Projekt pra bancar uma ressurreição.

O projeto mostra muito: combate bom não segura RPG. É preciso história, mundo, progressão consistente. Sem isso, vira tech demo glorificada.

O que resta à UltiZeroGames?

O estúdio tem duas opções:

  1. Patch até a morte, tentando salvar a versão atual e lucrar boa vontade.

  2. Encetar um novo projeto ou até pensar em sequência, aprendendo com os erros.

A segunda opção soa melhor no papel, mas quem vai financiar depois desses números? PlayStation pode até dar uma segunda chance (a imagem de “estribar novos talentos” é importante), mas a grana precisa fechar. E jogo com vendas tímidas não convence investidor.

Tendência da indústria: esperar pelo patch

O caso também joga luz em outra treta atual: os lançamentos quebrados que viram “bom jogo” só depois de meses. Alguns players aceitam, outros não. E quando o estúdio é pequeno, a paciência do público e o caixa da empresa não andam juntos. No Man’s Sky conseguiu, mas Hello Games tinha projéctil e visão. A UltiZero? Tá devendo até crédito.

Lost Soul Aside é alerta, não vitória

No termo, Lost Soul Aside é mais um lembrete cruel: não basta hype e combate estiloso. RPG precisa ser completo. O jogo entrega lampejos de qualidade, mas se perde em mundo vazio, narrativa rasa e performance problemática. O resultado é um título que já nasce com cheiro de instruído de nicho — aquele que meia dúzia defende com unhas e dentes, mas o mercado esquece rápido.

O porvir da UltiZeroGames? Incerto. O legado de Yang Bing? Assombroso, mas sujo pela verdade dura da indústria. E pra nós, jogadores, fica a prelecção: promessa formosa não paga boleto — entrega consistente, sim.

Fonte

Conteúdos que podem te interessar...