Lost Twins 2 – análise do puzzle indie criativo

Lost Twins 2 – análise do puzzle indie criativo

6 minutos 31/08/2025

Lost Twins 2… só de ler o nome já dá aquele quentinho no coração. Porque se perder junto de alguém sempre parece menos assustador, né? (ou mais confuso, depende da pessoa).

Aqui temos os gêmeos Abi e Ben, presos em cenários que parecem saídos de sonhos estranhos: um castelo gelado, uma floresta encantada, um mundo de brinquedos. Tudo muito bonito, tudo muito mágico, tudo muito “opa, como é que eu saio daqui mesmo?”.

E sabe o que é engraçado? O jogo basicamente pega a narrativa, dá um tapa de gato, joga da mesa e fala: “história? não precisa. Vai resolver puzzle, vai”. E eu, como boa viciada em joguinhos de lógica e TDAH profissional, pensei: perfeito, bora. Porque se tem algo que prende minha atenção, é quando eu tenho que mexer caixinhas e desenhar mentalmente caminhos enquanto esqueço que tinha água fervendo no fogão.

👧👦 Abi e Ben – gêmeos sem fala, mas com carisma

Os dois protagonistas não falam nada. Zero. Nenhum “ai”, nenhum “help”, nem um “socorro, minha perna ficou presa na plataforma”. Eles simplesmente… existem ali. E isso pode parecer meio decepcionante pra quem gosta de enredos profundos, mas, sinceramente? Não fez falta. Porque Lost Twins 2 não tá aqui pra contar uma saga digna da Pixar, mas sim pra dar aquele exercício mental de enroscar o cérebro até ouvir um clique satisfatório quando resolve a fase.

Mesmo mudinhos, Abi e Ben têm carisma: Abi é a mais ágil, Ben é meio estabanado, e juntos eles me lembraram muito aquelas fases cooperativas de jogos LEGO, onde cada personagem tem sua função. Só que aqui o cooperativo pode ser real (tem co-op!) ou imaginário (você joga sozinha controlando os dois e conversa com você mesma, como eu fiz).

🧩 O tempero especial: embaralhar cenários

Tá, temos corrida, salto, cordas, botões, caixas pra empurrar. Tudo normal no mundo dos puzzle-platformers. Mas aí o jogo puxa seu trunfo: o sistema de embaralhar áreas como se fosse um quebra-cabeça de blocos.

Imagina que cada fase tem três pedacinhos de cenário que você pode mover para cima, baixo, esquerda, direita. É tipo um quebra-cabeça deslizante, mas ao invés de formar uma imagem bonitinha, você tá abrindo portais coloridos pra permitir que Abi e Ben atravessem paredes como se fossem fantasmas em treinamento. 👻

E é aí que o jogo brilha: não é só sobre mover blocos, é sobre imaginar caminhos impossíveis. Teve hora que fiquei encarando a tela uns bons minutos, como quem olha pra uma conta de matemática achando que vai se resolver sozinha. Mas quando você finalmente encontra a sequência certa… nossa, que delícia! Dá vontade de levantar e fazer coreografia de vitória tipo Fortnite.

Feathers, achievements e a arte de se torturar

Além de terminar os níveis, o jogo oferece camadinhas extras de desafio (porque claro, como se não bastasse sofrer pra achar o caminho).
Cada fase tem 3 penas espalhadas em lugares estrategicamente irritantes, e pegá-las desbloqueia concept art fofíssima. E como boa colecionadora digital, eu pensei: “não preciso, mas quero”. Resultado? Refiz várias fases só por uma pena escondida atrás de um salto milimétrico.

Mas o que me pegou de jeito foram os achievements especiais: tipo “pegue todas as penas só com a Abi” ou “ande de carrinho de brinquedo com o Ben”. Simples no papel, mas difíceis na prática. É aquela diferença entre “fácil de explicar” e “difícil de executar”, igual montar móvel da IKEA sem manual.

A única tristeza é que esses achievements ficam meio fora do jogo, e eu queria que estivessem integrados, sabe? Tipo uma listinha bonitinha na tela pra eu acompanhar sem precisar abrir menu externo. Pequeno detalhe, mas fez falta.

🎶 Música, cenários e aquele aconchego

A trilha sonora é calma, serena, quase como se dissesse: “relaxa, amiga, você vai conseguir”. Não atrapalha, não enjoa, só embala os pensamentos. É aquele lo-fi que você coloca pra estudar e acaba arrumando o armário inteiro.

Os cenários também merecem carinho: o castelo gelado é frio e lindo, a floresta é mágica e verdinha, o mundo dos brinquedos é um charme. Nada super elaborado, mas aconchegante o bastante pra você não enjoar mesmo depois de passar minutos travada tentando descobrir como mover uma sala pra esquerda.

🧠 O prazer do puzzle puro

Aqui vai um detalhe importante: Lost Twins 2 não tenta ser mais do que é. Ele não finge que tem história épica. Não joga reviravolta de roteiro. Não tenta te distrair com combate (graças a Deus, porque se tivesse espada e arco provavelmente seria horrível). Ele foca nos puzzles, e só.

E sabe de uma coisa? Isso é uma força e uma fraqueza ao mesmo tempo. Força, porque ele faz muito bem o que propõe. Fraqueza, porque se você não curte puzzle, não tem mais nada aqui pra te segurar. É tipo ir numa sorveteria que só vende um sabor – se você ama, vai ser o paraíso; se você não gosta, vai embora cedo.

🤝 Co-op vs. Single player

Eu joguei no single player, controlando Abi e Ben sozinha, e foi ótimo. Funcionou bem, senti que o jogo é feito pra quem gosta de pensar em silêncio.

Mas existe a opção de co-op, e eu honestamente fico tentando imaginar como seria jogar isso com alguém do meu lado. Provavelmente acabaria em discussão do tipo: “move essa peça pra direita” – “não, pra esquerda!” – “não tô entendendo, deixa eu fazer” – desliga o controle e briga. 😂

Talvez funcione bem com dupla paciente, mas pra mim o charme foi resolver tudo no meu próprio ritmo, sem ninguém reclamando que eu tô 15 minutos parada olhando o blueprint mode.

🐛 Pontos negativos (porque nem tudo são penas fofinhas)

– Falta de narrativa: eu sei, já falei que não é essencial, mas confesso que senti falta de pelo menos uns diálogos fofinhos entre os gêmeos.
– Repetição: depois de uns 20 puzzles, a fórmula começa a dar aquela sensação de déjà vu. Não é ruim, mas é perceptível.
– Achievements pouco integrados: poderiam estar mais visíveis dentro do jogo.
– Coop parece meio deslocado: funciona, mas não é o foco.

Prós:

  • Mecânica de embaralhar cenários é criativa e viciante
  • Desafios extras com penas e achievements
  • Visual aconchegante e música relaxante
  • Abi e Ben são mudinhos, mas fofos

Contras:

  • Falta de narrativa mais envolvente
  • Pode ficar repetitivo em longas sessões
  • Achievements pouco integrados ao jogo
  • Co-op não brilha tanto quanto o single player

Nota Final: 7/10

Lost Twins 2 é exatamente o que promete: um puzzle game puro, charmoso e inteligente. Não tem firula, não tem distração, só você, Abi, Ben e uma sequência infinita de desafios que parecem fáceis até você perceber que está há meia hora mexendo a mesma pecinha de cenário. É aconchegante, criativo e dá aquele prazerzinho de “ahá!” cada vez que você resolve um puzzle. Não vai mudar sua vida, mas vai deixar seu cérebro feliz. Se você gosta de puzzles, recomendo fortemente. Se não gosta, vai achar repetitivo. Mas no meu coração? Ficou como um jogo fofo, cuidadoso e perfeito pra jogar no final do dia com um chazinho do lado.

Fonte

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