Mai: Child of Ages — o indie mais lindo (e bugado) do ano

Mai: Child of Ages — o indie mais lindo (e bugado) do ano

6 minutos 17/10/2025

Mai: Child of Ages — a odisseia temporal mais charmosa (e bugada) que você vai amar odiar ✨💫

Ai, Chubby Pixel… vocês me prometeram uma viagem pelo tempo, mas esqueceram de avisar que segmento dela ia ser de ônibus interdimensional sem ar-condicionado! 🕰️😂

Brincadeiras à segmento, Mai: Child of Ages é aquele típico indie que chega de mansinho, com um trailer pleno de luzinhas poéticas e uma protagonista fofa, e de repente — PÁ! — te joga num eversão emocional pleno de filosofia, colapsos temporais e bugs capazes de te fazer questionar a própria existência. Ou seja, exatamente o tipo de caos narrativo que eu, Magali “Pixel” Susana, adoro. 💖

🌸 Uma muchacho, três idades e um milhão de timelines pra bagunçar

A protagonista, Mai, tem o poder de manipular o tempo e interpolar entre puerícia, mocidade e idade adulta — e cada temporada vem com habilidades diferentes. Na puerícia, ela é ligeiro e desembaraçado; na mocidade, um furacão de emoções e experimentação; na temporada adulta, uma espécie de sábia cansada que já viu demais (tipo eu depois de 30 horas de Baldur’s Gate 3).

A história gira em torno da “pedra Uroboro”, uma relíquia que permite viajar por eras e reconstruir o pretérito. É poético, é simbólico, e tem aquele jeitinho de quem cresceu jogando Zelda: Ocarina of Time e nunca superou a primeira viagem temporal no Templo do Tempo. ⏳

Mas cá vai o pulo do gato: Mai não é só sobre resolver puzzles. É sobre crescer. Sobre ser várias versões de si mesma ao mesmo tempo. E isso, meu dispendioso viajante temporal, é tão bonito quanto confuso — tipo tentar explicar Dark pra sua avó usando bonequinhos de LEGO.

⚙️ Gameplay de mariposa no espaço-tempo (ou uma vez que perder-se em três dimensões diferentes)

Mai: Child of Ages tenta ser tudo ao mesmo tempo: ação, plataforma, puzzle e drama existencial. E olha… quase consegue.

O sistema de interpolar entre eras é fascinante. Resolver um mistério no pretérito pra desbloquear um pouco no presente é sempre satisfatório — e me lembrou Timespinner, Dishonored 2 (naquele capítulo maravilhoso de trocar de risco temporal) e até um pouquinho de Braid (se Braid tivesse determinado ir na terapia).

Mas quando o jogo resolve ser hack and slash, ele parece aquele colega que insiste em trovar no karaokê: a intenção é boa, mas o resultado… hum… é peculiar. O combate é simples, as animações às vezes escorregam, e os inimigos parecem participar de um reality show chamado “Top 10 maneiras de morrer dramaticamente”.

Ainda assim, quando o jogo acerta o ritmo — principalmente nas partes de plataforma — ele brilha. A sensação de encruzar eras e ver o mundo se transformar ao seu volta é chef’s kiss. 💋✨

🧩 Puzzles: entre o genial e o “me ajuda, Arceus”

Os puzzles de Mai são um caso de paixão e raiva. Alguns são realmente inspirados, daqueles que te fazem sorrir de orgulho quando resolve (“olha, mãe, usei o cérebro!”). Outros parecem ter sido criados por alguém que se perdeu no tempo e esqueceu as próprias regras.

Você vai plantar flores no pretérito pra subir nelas no presente, rearranjar objetos que só existem em uma timeline, e rodopiar alavancas que soam mais enigmáticas que a agenda do Doctor Who.

Mas depois de um tempo, a repetição bate. Tem horas em que você voto que já fez aquele puzzle, só que com outra cor de pedra. É tipo déjà vu, só que com lag mental.

🎨 Visual, trilha e o charme indie que (quase) apaga os erros

Visualmente, o jogo é um magia. O estilo artístico tem aquele ar de livro de fantasia ilustrado, com cores vibrantes e sombras etéreas que lembram o trabalho da Nomada Studio em GRIS. 💙

A trilha sonora também é um show à segmento: suave, melancólica e enxurrada de camadas que dão peso emocional às cenas. É o tipo de som que parece abraçar o jogador — e depois sussurrar no ouvido: “você ainda não entendeu zero sobre o tempo, né?”.

Mas, ah, o perversão mortal dos indies modernos… os bugs. Tem pop-in de texturas, quedas de framerate, colisões que falham e, às vezes, Mai decide que vai andejar dentro de uma parede porque sim. No Switch, a situação piora — parece que o tempo resolve se dividir em 10fps por segundo.

Ainda muito que a Chubby Pixel anda soltando patches com certa frequência, incluindo um tal de “Curio Sensor” que ajuda a encontrar colecionáveis (porque, sinceramente, sem ele eu ia estar catando flor até o termo da minha próxima encarnação).

⛓️ Entre Chrono Trigger e terapia

Jogando Mai: Child of Ages, eu senti ecos de Chrono Trigger (nas viagens temporais), GRIS (nas emoções e cores), e Hellblade: Senua’s Sacrifice (nas vozes e introspecção).

É uma vez que se o jogo tivesse olhado pra esses títulos e dito:

“E se a gente juntar tudo isso e colocar uma protagonista que literalmente conversa com o tempo?”

O resultado é tão cobiçoso quanto caótico. Tem momentos em que tudo parece fluir — o tempo, a música, a narrativa — e você pensa “sim, é por isso que eu senhor jogos independentes”. E aí vem um bug e te joga num eversão infinito. Literalmente.

Reflexões filosóficas e crises existenciais

A narrativa de Mai é enxurrada de metáforas sobre maduração, autodescoberta e dor. É um jogo que não tem terror de ser emocional — às vezes até demais.

Tem falas que parecem saídas de um livro de autoajuda interdimensional:

“Para entender o horizonte, primeiro você precisa se perdoar pelo pretérito.”

E sim, eu chorei. 😭 Mas também ri quando a física decidiu tirar férias e minha personagem atravessou o pavimento durante uma cena dramática. Dualidade gamer.

💔 Os defeitos (porque nem todo loop temporal é perfeito)

É impossível ignorar que Mai: Child of Ages tenta abraçar mais do que consegue segurar. O combate é raso, os puzzles se repetem e a performance varia mais que humor de jogador de Dark Souls depois da quinta morte pro mesmo superintendente.

Mas… ainda assim, existe um charme ali. Um luz de sinceridade que me faz perdoar as falhas. Porque, dissemelhante de muitos jogos “perfeitos”, Mai parece feito por humanos — cheios de ideias, sonhos e, evidente, pequenos colapsos técnicos. 💔✨

Prós:

  • Mecânica temporal encantadora e poética
  • Visual belíssimo e pleno de personalidade
  • Trilha sonora que faz o coração liquefazer
  • História com temas profundos e simbólicos
  • Momentos genuinamente emocionantes
  • Atualizações frequentes e atenção da Chubby Pixel

Contras:

  • Combate simples e sem peso
  • Puzzles repetitivos em seguida algumas horas
  • Bugs e quedas de performance (principalmente no Switch)
  • Falta de polimento técnico e consistência visual
  • Às vezes se leva tão a sério que vira auto-paródia

Nota Final: 7/10

Mai: Child of Ages é uma vez que um sonho lindo que acorda suando indiferente — caótico, imperfeito, mas pleno de significado. É o tipo de jogo que te faz pensar, rir e xingar o código natividade quase na mesma hora. Se você gosta de GRIS, Chrono Trigger e Zelda: Ocarina of Time, e não se importa com um pouquinho (ou um montinho) de imperfeição técnica, logo embarque nessa viagem. E se o tempo colapsar e o jogo travar… bom, talvez isso faça segmento da metáfora. “Nem toda risco temporal é perfeita — mas algumas valem a pena reviver.”😌💫

Fonte

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