Início » Mexican Ninja: pancadaria cyberpunk com tacos e katana

Quando Naruto vai pra Tijuana e volta Cyberpunk!
Colega, segura o sombrero e o controle, porque Mexican Ninja é aquele jogo que parece ter nascido de uma noite regada a tequila, chips de nacho e uma maratona de Naruto dublado no SBT com interferência da Rede Manchete. É cyberpunk, é latino, é caótico — e o mais importante: é recreativo pra caramba.
Esse é o tipo de game que você joga e pensa “face, alguém teve coragem de misturar mariachi com samurai… e funcionou!”. Logo bora falar desse beat ‘em up roguelike pleno de atitude, sangue e referências que fariam o Quentin Tarantino levantar e aplaudir com um taco na mão.
A história de Mexican Ninja é simples, mas com tanto tempero que parece roteiro de romance das 22h.
Você é o Mexican Ninja, um guerreiro que vive em Nuevo Tokyo, uma cidade onde yakuzas se misturaram com cartéis e viraram os temidos Narkuzas. Sim, isso mesmo, a mistura de narco com yakuza. Se o Stallone e o Van Damme tivessem um roteiro desses nos anos 80, Hollywood não tinha sobrevivido.
Cá, tudo é neón, sangue e atitude. Os becos brilham com letreiros japoneses piscando “Taquería del Infierno”, e os inimigos parecem ter saído de um mercantil do Mortal Kombat feito em VHS. Você entra em arenas, enfrenta gangues que parecem clones do Sub-Zero com tatuagem de caveira mexicana e sai distribuindo golpe e ironia em partes iguais.
E o melhor: não tem cutscene chata, nem solilóquio pseudo-filosófico de herói. É só o capital da sabedoria ninja: “entre fustigar e colher, escolha fustigar bonito.”
Lembra quando você ia pro fliperama e só sabia dois botões — soco e pulo — e mesmo assim virava o rei do bairro? Logo, Mexican Ninja tem essa vibe. Mas com esteroides.
É um beat ‘em up roguelike, o que significa que cada run é dissemelhante e o jogo tem prazer em te punir.
Você morre, volta, escolhe umas bençãos malucas de altar (chamadas de shrines, simples), e tenta de novo.
Uma hora você tá com uma habilidade de dash que corta o ar porquê se fosse o Vega cheirado, na outra, um “Jutsu do Imbecil” que — lucro — te faz rodopiar igual Beyblade do inferno.
Os golpes são rápidos, os combos fluem, e as lutas são uma dança sangrenta entre “caraca, sou um deus” e “ih, morri pra um rato robô.” E a cada morte, você solta aquele clássico palavrão que faria o ninja do Gaiden ter vergonha de ser seu colega de clã.
Mexican Ninja é difícil. Não “difícil tipo Cuphead” — é difícil tipo “apanhei tanto que o controle pediu férias”.
Os inimigos te cercam, o cenário te trai e o jogo basicamente diz: “você achou que ia lucrar, gringo?”.
Cada erro custa dispendioso. Vacilou? Já era. Mas é aquele tipo de dor boa — a dor do fliperama, quando você perdia e fingia que o botão tava com defeito só pra não permitir que jogou mal.
O ritmo é frenético, o jogo não tem pena, e a trilha sonora parece uma mistura de mariachi com Tekken 3.
É o caos perfeito pra quem gosta de suportar sorrindo.
Visualmente, o jogo é um show à segmento. Tem pixel art 2.5D com neons que piscam porquê propaganda de motel dos anos 90, efeitos de luz que fariam o SNES chorar de inveja, e sangue o suficiente pra pintar o logo da Konami.
Cada cenário é um colírio retrô. Você sente o cheiro de fritura, óleo e sangue pixelado. E o protagonista? Face, o Mexican Ninja parece o rebento ilegítimo do Zorro com o Ryu Hayabusa, criado por um mariachi reformado que jogava Final Fight no Mega Drive.
É tão estiloso que mesmo morrendo você sai bonito.
O sistema de upgrades é simples, mas viciante. Você ganha poderes aleatórios em cada run, tipo “ataque místico”, “modo inepto supremo” (não tô inventando), e até habilidades que te dão buff de velocidade, dano, ou te transformam numa máquina de trinchar gente.
O jogo te dá liberdade pra ser criativo — ou suicida. Você pode virar um ninja focado em resguardo, um maluco de tiro-rápido, ou o equivalente a um Food Truck da Devastação, misturando golpes e explosões com salsas místicas.
É quase uma paródia de si mesmo — e é por isso que funciona.
A trilha é um tapa auditivo. Tem guitarra, tem percussão latina, tem sintetizador de neon noir — parece uma jam entre Carlos Santana e o face que fazia as músicas do Streets of Rage.
Cada luta soa porquê um clipe perdido da MTV de 1989. E os efeitos sonoros? Maravilhosos. Cada porrada soa porquê transfixar uma garrafa de Corona na marra.
Face, Mexican Ninja me pegou de jeito. É o tipo de jogo que te dá um tapa na face e fala: “Quer ser ninja, hermano? Logo dança no sangue!”.
Difícil, estiloso e hilário.
Evidente, tem seus probleminhas — repetição de falas, inimigos meio burros às vezes, e um tutorial que explica menos que o Tio do Fliperama quando você pedia ajuda. Mas o carisma e o estilo compensam tudo.
É aquele game que você joga, perde, ri, e pensa: “Tá, mais uma run e agora eu vou.” Aí morre de novo, xinga o monitor, e volta feliz.
Mexican Ninja é um caos controlado, uma missiva de paixão aos fliperamas, e um lembrete de que o melhor ninja é aquele que colheita com estilo. Um indie pleno de espírito, taco, katana e face de VHS.
Se você curte Hades, Katana Zero, Dead Cells ou simplesmente sente falta da estação em que jogo bom vinha com cheiro de plástico novo e instrução em papel pintado, mano — esse é pra você.
E pode deixar: a estudo completa vem em breve. Aí sim vamos trinchar fino e ver se esse ninja mexicano aguenta o tranco até o término.

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