Início » Mortal Kombat: Legacy Kollection traz de volta os fliperamas
A volta de um mito dos arcades.
Meus amigos, se tem uma coisa que separa varão de menino, é enfrentar o Goro de quatro braços no fliperama com unicamente uma ficha no bolso. Aquele suor escorrendo, a pressão da molecada detrás gritando “faz fatality!”, e você tremendo porque sabia que um erro e lá se ia o lanche do escola. Pois é: Mortal Kombat: Legacy Kollection promete ressuscitar exatamente essa vibe.
A Atari e a Do dedo Eclipse, dois nomes que parecem saídos de um crossover entre “história dos videogames” e “vamos deixar os tiozões felizes”, confirmaram que a coletânea chega dia 30 de outubro de 2025 para tudo quanto é plataforma — PC, PlayStation 4 e 5, Switch, Switch 2, Xbox One e Series. Quem ainda curte mídia física vai ter que esperar até 12 de dezembro, mas vai ter caixinha formosa na estante, pode permanecer tranquilo.
A coletânea não tá de reinação. Se fosse UFC, a escalação seria só de mito aposentada que ainda mete temor. Olha o card:
Mortal Kombat (1992) – aquele que começou tudo, com sangue pixelado e Scorpion gritando “Get over here!” uma vez que se fosse vizinho chamando no portão.
Mortal Kombat II (1993) – talvez o mais querido da galera raiz, onde os fatalities ficaram mais doentios e o Shang Tsung tava mais safado que vendedor de pirata na Santa Ifigênia.
Mortal Kombat 3 (1995) – o jogo que te ensinou que combos infinitos não eram só bug, eram estratégia.
Ultimate Mortal Kombat 3 (1995) – a versão turbinada, com Noob Saibot jogável e a chance de traumatizar qualquer um com a Sheeva.
Mortal Kombat Trilogy (1996) – quando a Midway pensou: “bora jogar todo mundo dentro do mesmo jogo e ver o que acontece”.
Mortal Kombat 4 (1997) – o primeiro 3D, aquele que tentou impressionar a gente com gráficos poligonais, mas a real é que parecia boneco de Lego nervoso.
Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero (1997) – o spin-off onde o ninja do gelo resolveu virar protagonista de plataforma meio travada, mas que hoje tem status cult.
Mortal Kombat: Special Forces (2000) – quando acharam que o Jax merecia um jogo solo. Spoiler: não merecia, mas agora vai voltar mesmo assim.
Mortal Kombat Advance (2001) – a versão “vamos espremer no portátil” que fazia o GBA chorar.
Mortal Kombat: Deadly Alliance (2002) – já mais moderno, trouxe um gás dissemelhante pros combos.
Mortal Kombat: Tournament Edition (2003) – outro GBA, porque portátil também merecia fatality na hora do recreio.
Ou seja: é praticamente uma invólucro do tempo de 1992 a 2003. Se você jogou tudo isso, parabéns: seu CPF já começa com número insignificante.
Porque Mortal Kombat não é só jogo, é história cultural. Foi ele que botou políticos dos EUA de cabelo em pé nos anos 90, pavimentando o caminho para a geração da ESRB (aquele quadradinho de classificação etária que você finge que não lê). Foi ele que transformou fatality em termo do vocabulário gamer e que fez muita mãe proibir fruto de jogar “esse jogo do demônio”.
Agora, trazer todos esses títulos num pacote só é quase uma lição de arqueologia do dedo. É colocar a molecada da geração TikTok pra entender uma vez que era recolher de Shang Tsung sem opção de “quicksave”.
A Do dedo Eclipse tem glória de não fazer cagada com coletâneas. Eles não simplesmente jogam uma ROM velha num emulador safado. O que eles entregam é uma experiência polida: filtros de imagem, opção de tela enxurrada ou 4:3 com scanlines pra parecer monitor de tubo, extras de bastidores, entrevistas com os desenvolvedores… É praticamente uma versão “Criterion Collection” dos videogames.
E evidente, vai ter online, porque hoje em dia ninguém quer mais dividir controle suado no sofá. Mas cá entre nós: zero substitui o prazer de incorporar uma voadora no colega do lado e ver a reação imediata. Online não tem aquele sabor de “se perder, vai permanecer sem o pastel da feira que eu comprei”.
Nem tudo são flores, porque vamos ser sinceros: tem jogo aí que ninguém pediu de volta. Special Forces é praticamente a ovelha negra da franquia, e até o próprio Ed Boon já deve rir disso em churrasco. Mas colocar esse tipo de título na coletânea também tem um charme: é reconhecer que Mortal Kombat não foi só acerto, mas também erro, e que até os tropeços fazem segmento da mito.
É tipo margem de rock lançar box set com todos os álbuns, inclusive aquele que ninguém gostou. Tá lá porque faz segmento da trajetória.
Simples que a Atari e a Do dedo Eclipse sabem o que estão fazendo: mexer com nostalgia dá moeda. A galera dos 30, 40 anos hoje tem grana pra gastar e adora reviver os anos de fliperama. O preço ainda não foi confirmado oficialmente, mas pode apostar que não vai ser “preço de pastel na feira”. Vai ser salso, porque sabem que a gente vai remunerar sorrindo.
E com o lançamento perto do Halloween, o timing é perfeito. Finalmente, zero combina mais com o Dia das Bruxas do que arrancar espinha dorsal virtualmente.
É interessante ver essa coletânea chegando numa estação em que Mortal Kombat 1 (o reboot de 2023) ainda tá na boca da galera, com DLCs insanos e crossovers improváveis. Enquanto a novidade geração vai pro lado da superprodução cinemática, a Legacy Kollection lembra todo mundo de onde saiu a magia: sprites simples, comandos duros e fatalities que traumatizavam.
Esse choque de gerações é bom porque mostra que Mortal Kombat se reinventa, mas sem olvidar suas raízes.
Mortal Kombat: Legacy Kollection não é só uma coletânea, é quase um museu jogável. É a chance de revisitar os fliperamas de 1992, de sentir aquele cheiro de cigarro no boteco enquanto alguém gritava “Finish Him!”. É também um lembrete de que jogos não precisam ser perfeitos — basta serem marcantes.
Com lançamento em 30 de outubro, essa coletânea promete ser mais que um simples revival. É uma homenagem a três décadas de sangue pixelado, combos roubados e amizades destruídas.
E se você acha que já superou o traumatismo das motinhas do Battletoads, espera só pra encarar o Shao Kahn de novo, rindo da sua face.
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