Nintendo e o top 5 desculpas mais ridículas dos games

Nintendo e o top 5 desculpas mais ridículas dos games

6 minutos 17/09/2025

Lá vamos nós de novo, galera. A Nintendo resolveu convencionar e retrair aquele movimento que só ela sabe: aumentar preços e ainda jogar na nossa rostro que é “para proteger a indústria”. O melhor é que não foi só preço, não. Agora tem também os famigerados Game-Key Cards — cartõezinhos que não trazem o jogo em si, mas uma licença do dedo que você baixa. Ou seja, você paga pelo plástico, paga pelo download e ainda corre o risco de perder o recta de jogar quando a empresa resolver desligar os servidores. É quase uma vez que comprar um coche e depois deslindar que as rodas são alugadas.

E não fui eu que inventei essa maluquice, não. Foi o Masakazu Sugimori, ex-desenvolvedor da Capcom, que resolveu penetrar o coração e proteger a Nintendo. Segundo ele, zero disso é ganância, mas um sacrifício sublime para proteger o mundo mágico dos videogames. Ah, simples. Daqui a pouco vão expressar que cobrar US$ 80 num Mario Kart World é o mesmo que plantar árvore na Amazônia.

O tiozão cá já viu muita desculpa esfarrapada nessa indústria desde os tempos em que alugava fita de NHL 94 no Mega Drive quando tudo era mato. Mas o que a gente tá vendo agora merece entrar num quadro peculiar: “As 5 desculpas mais criativas (e ridículas) da história dos games”. Bora lá, porque rir é melhor que chorar, e o cartão de crédito agradece.

1. “É pro seu muito”

Essa é campeã, digna de medalha de ouro olímpica. Sempre que a empresa tira um recurso, limita um tanto ou mete a faca no preço, vem a mesma litania: “estamos pensando na experiência do jogador”.

Experiência de jogador? Experiência de permanecer no vermelho, isso sim. Quer melhorar minha experiência, Nintendo? Me manda um Pix. Porque, olha, remunerar R$ 439,90 num joguinho de Switch 2 é tipo trespassar pra manducar pizza e voltar com o carnê do coche financiado.

Lembro quando tiraram manual impresso dos jogos e disseram que era pra “salvar o meio envolvente”. Evidente, simples. O planeta agradece, mas a economia de papel foi direto pro bolso da publisher. O planeta só não ficou mais virente porque a grana não veio pra minha conta.

2. “É pra proteger a indústria”

Essa é a da vez. Nintendo e Sugimori juram que aumentar preço e vender licença no lugar de jogo físico é para o muito maior. Aham, senta lá, Cláudia.

É igual proprietário de boteco dizendo que cobrar R$ 12 numa coxinha vai salvar a economia do bairro. A diferença é que no boteco você ainda sai com a bojo enxurro e a consciência ligeiro. Com a Nintendo, você sai com menos espaço no HD e o pavor metódico de que desliguem o servidor no meio da sua jogatina.

E o pior é que eles falam com a maior rostro de pau: “não é ganância, até porque a Nintendo tem reservas de caixa insanas”. Logo me explica: se já estão ricos, por que diabos precisam cobrar mais dispendioso? É tipo aquele tiozão rico que ganha na Mega-Sena e continua pedindo troco na panificação.

3. “O servidor morreu, mas o jogo continua no nosso coração”

Essa cá eu tenho até traumatismo. Você compra o jogo, gasta, joga, se apega… aí a empresa vai lá e anuncia: “servidores desligados”. De repente, aquele game que você amava vira um porta-retrato do dedo, uma tela inicial que só serve pra lembrar que você foi trouxa.

É quase igual relacionamento tóxico: você investe tempo, moeda e emoção, e no termo sobra só a memorandum dolorida. A diferença é que pelo menos no relacionamento você pode stalkear no Instagram. No jogo, não tem volta.

Com os tais Game-Key Cards, a chance disso virar rotina só aumenta. Pensa muito: você compra a licença, mas se amanhã a Nintendo resolver que acabou a sarau, já era. O jogo que você pagou vira tão jogável quanto uma fita VHS num PlayStation 5.

4. “Não é bug, é feature”

Essa cá nasceu junto com a primeira traço de código em BASIC. O personagem atravessou a parede? “Liberdade criativa.” O jogo crashou? “É secção da narrativa imersiva.” A textura não carregou? “É homenagem ao impressionismo do dedo.”

Agora a tendência é lançar jogo referto de problema e tacar a culpa no hardware. Se roda mal, não é porque o estúdio entregou de qualquer jeito, é porque “o jogador não entendeu a proposta artística”. Tá evidente. Se eu quisesse arte abstrata, eu comprava quadro de pintura, não Borderlands 4 a 70 dólares.

5. “É só um aumento pequeno”

Essa é traiçoeira. A empresa manda aquele papo de que “foi só 10 dólares a mais”. Parece pouco, mas quando chega no Brasil vira facada digna de Mortal Kombat.

Você soma imposto, taxa de importação, IOF, frete, e pronto: um jogo custa quase o valor de uma parcela de apartamento. E ainda querem que a gente sorria e diga “obrigado por proteger a indústria”.

Sabe o que é pior? Esse papo abre precedente. Hoje é 80 dólares, amanhã é 90, depois 100. Daqui a pouco vão lançar “Super Mario Kart World Deluxe Ultimate Definitive Edition” por US$ 120 e vão expressar que é pra prometer que o Mario continue bigodudo e saudável.

E a Nintendo, onde entra nisso?

Bom, a Nintendo conseguiu entrar nesse Top 5 das desculpas mais ridículas com louvor. Game-Key Cards e aumento de preço são praticamente DLC de rostro de pau.

E não é só pelo movimento em si. É pelo jeito uma vez que vendem isso pra gente. Não falam “queremos mais lucro” — que seria até honesto. Não, o papo é que estão salvando a indústria. A mesma indústria que fatura bilhões por ano, mas que, aparentemente, precisa que a gente doe um rim pra jogar Pokémon novo.

Sugimori até tentou justificar dizendo que “bens físicos também quebram, enquanto digitais não têm vida útil”. Peraí, meu colega. Logo quer expressar que se eu compro o Game-Key Card e amanhã o servidor cai, o jogo continua eterno… aonde? No firmamento dos games? Na nuvem literal? Porque cá no meu Switch 2 não vai rodar, não.

O lado positivo (sim, existe)

Olha, por mais que eu zoe, tem uma coisa que eu entendo: pirataria é um problema real, e controlar estoque físico também é dispendioso. Ok. Mas aí eu pergunto: precisa mesmo resolver isso jogando a conta inteira no pescoço do jogador?

O consumidor não é estagiário de empresa pra bancar prejuízo de gerente. Quer proteger a indústria? Venustidade. Mas começa protegendo quem mantém ela viva, que somos nós, os jogadores.

E sim, eu vou permitir: a Nintendo continua lançando jogos de qualidade absurda. Mario, Zelda, Metroid, Pokémon… os caras acertam muito. Só que essa estratégia de “vamos cobrar mais dispendioso porque podemos” é perigosa. O risco é o público cansar e deixar o embarcação, uma vez que já rolou com outras gigantes do mercado.

Desfecho do tiozão

Logo, resumindo: a Nintendo entrou oficialmente no pódio das desculpas mais criativas da indústria. O exposição de que estão “protegendo a indústria” com preço salso e Game-Key Cards entra no mesmo hall da renome de “não é bug, é feature” e “o servidor morreu, mas o jogo continua no nosso coração”.

Eu, uma vez que tiozão dos anos 80 que já gastou ficha em fliperama, alugou fita no camelô e até soprou cartucho de NES com fé no pulmão, só digo uma coisa: no termo do dia, a gente continua jogando. Reclama, xinga, mas joga. A Nintendo sabe disso, e é por isso que eles se dão ao luxo de testar essas maluquices.

Mas uma hora a conta chega. E quando chegar, não vai ter Game-Key Card que salve.

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