Início » Pixel Starships 2 é um bug espacial disfarçado de MMO

Pixel Starships 2 tenta ser o FTL dos novos tempos, mas entrega uma viagem enxurrada de bugs, lentidão e promessas de outro planeta.
Ahhh, Pixel Starships 2, meus parabéns, SavySoda. Vocês conseguiram: criaram um jogo espacial que me fez sentir saudade do tempo em que os disquetes travavam por falta de ventilador. Sim, meus caros — joguei o “MMO intergaláctico pixelado” que prometia ser o novo FTL, o Starfield em 2D, o EVE Online da galera que curte moca e sofrimento. E o que encontrei? Um simulador de paciência com gráficos fofos e bugs com vontade própria.
Na teoria, Pixel Starships 2 é lindo. Você monta sua nave, organiza a tripulação, decide o layout dos módulos, e sai atirando contra alienígenas e outras aberrações espaciais. Cada marchar da nave é um caos controlado: engenheiros consertando, tripulantes lutando, e você tentando deslindar o que diabos está pegando queima.
É a versão “mobile meets indie” de Star Trek — se a Enterprise fosse construída com fita isolante e Wi-Fi de shopping.
Mas na prática, o jogo parece um estagiário nervoso tentando fazer moca e código ao mesmo tempo. Quer mexer na tripulação? Bug. Quer melhorar a nave? Travou. Quer salvar o progresso? HAHAHA fortuna, comandante.
SavySoda prometeu uma galáxia viva. Me entregou um planetário de escola pública com dois LEDs piscando e um som de fundo que parece impressora matricial.
Tem coisa que a gente perdoa porque é Early Access. Mas Pixel Starships 2 parece ter se matriculado na escola “Cyberpunk 2077 pré-patch” e se formado com honra.
Os menus abrem com lag, o jogo se perde nos próprios saves, e quando você acha que evoluiu sua nave, ela reseta pra versão de estagiário do tutorial. É tipo combinar um dia e deslindar que o carruagem voltou a ser carroça.
E o combate? Camarada, o combate é um PowerPoint entusiasmado. Você clica, atira, vê a nave inimiga gelar — mas não sabe se foi o laser ou o bug que causou o dano.
Quer sensação de “guerra épica”? Formosura, espera uns 30 segundos enquanto o jogo decide se vai carregar o som ou o resultado. Isso cá não é estratégia em tempo real, é estratégia em tempo existencial.
SavySoda diz que o jogo é “free to play”. Mas eu renda que ouvi uma risadinha cínica vindo do servidor quando li isso.
O tal “Starbux”, moeda premium, aparece mais do que tutorial inútil. Quer estugar o tempo? Starbux.
Quer consertar a nave? Starbux. Quer respirar oxigênio pixelado? Starbux.
É uma vez que se o jogo tivesse sido projetado por aquele vendedor persistente de loja de celular: “Quer continuar jogando? Só R$ 9,99 por minuto de paciência extra!”.
E sabe o que é pior? O jogo ainda está em early access, ou seja, você paga pra testar e sofre uma vez que se fosse o resultado final.
A interface é uma mistura de FTL, Habbo Hotel e menu de micro-ondas. Você clica num módulo pra gerenciar tripulação, abre outro pra checar recursos, e de repente, descobre que está comandando o banheiro da nave.
O design é confuso, e o tutorial explica tudo do jeito mais intuitivo verosímil: jogando 27 janelas de texto na sua faceta em 10 segundos.
Quer entender uma vez que reparar o reator? Ventura decifrando o tela que parece feito no Paint com pressa.
Os personagens são genéricos, com carisma de placa-mãe. Tem o piloto que fala três frases, o engenheiro que nunca aparece onde você precisa, e o soldado que morre de tédio antes de morrer em combate.
Treinar a tripulação é tipo cuidar de Tamagotchi depressivo. Você dá upgrade, e eles ainda agem uma vez que se tivessem tomado cinco soníferos e um bug.
A IA é tão burra que já vi meu mecânico tentando consertar um buraco no casco… com a própria faceta.
Meu momento predilecto foi quando ativei todas as armas, mirei na nave inimiga e… zero aconteceu por 15 segundos. Depois, o som do laser veio moroso, a animação travou e o inimigo sumiu. Mas o jogo marcou vitória. Não sei se ganhei, se travei, ou se entrei num projecto astral onde o lag é lei.
É literalmente o primeiro simulador de guerra quântica: o inimigo existe e não existe ao mesmo tempo.
A estrutura básica é simples:
Construa.
Espere.
Pague pra estugar.
Descubra que o upgrade bugou.
Volte pro passo 1.
Esse ciclo de sofrimento seria admissível se o jogo tivesse ritmo, mas ele te obriga a esperar tanto entre ações que dá tempo de fazer um miojo, ler Duna, e ainda ver a nave travar de novo.
Olha, nem tudo é tragédia:
A pixel art é charmosa, parece feita por quem realmente patroa o gênero.
O sistema de layout da nave e módulos tem potencial — um toque de SimTower espacial.
E o noção de tripulação multitarefa é ótimo, se qualquer dia funcionar recta.
Mas é aquele tipo de jogo que faz você proferir: “tem potencial”, e logo depois gritar “MAS MEU DEUS, ARRUMA ESSA DROGA DE BUG!”.
Pixel Starships 2 é o equivalente espacial de uma lasanha de micro-ondas: formosa na embalagem, mas meio fria no meio e com cheiro de compunção.
O jogo tem boas ideias, charme retrô, e até lampejos de genialidade. Mas o estado atual? Tá mais pra “teste beta que saiu do controle”. Ele quer ser FTL, mas ainda tá recluso no modo tutorial do Excel.
Se você é fã de sci-fi, dá pra testar com carinho e esperança. Mas se for esperar firmeza… traz uma cadeira, porque vai demorar uns parsecs.
Em breve: estudo completa, se o jogo não explodir antes da atualização 1.0.

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