Presidente do Xbox diz que exclusividade é coisa do passado

Presidente do Xbox diz que exclusividade é coisa do passado

4 minutos 24/10/2025

Sarah Bond declara que “jogos exclusivos ficaram no pretérito”, e o velho cá já tá vendo Phil Spencer vendendo Halo na banquinha da Nintendo.

Ah, Sarah Bond, minha querida… Eu te entendo. De verdade.

Depois de anos tentando vender console com “o poder do Xbox”, chega uma hora que a conta não fecha e o jeito é expressar que exclusividade é coisa de velho — tipo rádio AM ou aquelas camisas com gola V dos anos 2000.

Mas calma lá, dona Microsoft. Se jogo restrito é coisa do pretérito, logo o Gears of War 1 foi o quê? Um VHS?

Porque eu vivi o suficiente pra lembrar quando Halo 2 era quase religião, e o gamer que falava “tenho PlayStation” era olhado igual quem dizia “sou vegetariano em churrasco”.

“Individual” virou palavrão corporativo

A Sarah Bond disse o seguinte:

“Os maiores jogos do mundo estão disponíveis em todos os lugares. Call of Duty, Minecraft, Fortnite, Roblox…”

Ou seja, ela basicamente disse:

“A gente cansou de rivalizar, agora vai deixar todo mundo trebelhar junto, desde que paguem o Game Pass.”

E ó… não tá errada, não. Mas também não me vem com esse papo de “retrógrado”, porque se Mario aparecesse no Xbox amanhã, o planeta explodia antes do trailer terminar.

A exclusividade pode até ser “velha”, mas continua vendendo console igual pastel quente.

“Jogue onde quiser” — desde que seja no ecossistema da Microsoft

Sarah ainda comentou sobre o ROG Ally e a teoria de poder jogar em qualquer lugar: console, PC, nuvem, geladeira, micro-ondas… Tá tudo interligado, bonito, moderno.

Mas, convenhamos, isso é a Microsoft falando:

“A gente perdeu a guerra dos exclusivos, mas ganhou a dos serviços.”

É tipo o camarada que não passou na faculdade dos sonhos e fala: “ah, mas eu sempre quis mesmo era fazer curso técnico.” Não é roteiro, é “mudança de visão estratégica”.

Sony e Nintendo olhando e rindo

Enquanto isso, lá no Japão, a Sony e a Nintendo tão só assistindo de torrinha. A Sony, elegante uma vez que sempre, continua lançando seus exclusivos no PC cinco anos depois — o famoso “lançamento gourmetizado”.

Já a Nintendo? Essa nem precisa entrar no tópico. Porque o dia em que Zelda transpor pra outra plataforma, eu renda que visto um terno e vou trabalhar na Microsoft.

E olha que o Switch já tá mais cansado que HD de 5400 RPM. Mesmo assim, Mario Wonder e Zelda: Tears of the Kingdom venderam mais que muito jogo “disponível em todas as plataformas”. Logo, se exclusividade é coisa do pretérito, alguém avisa o tio Miyamoto que ele tá imprimindo quantia com nostalgia.

O problema é que o gamer virou cigano do dedo

A verdade é que hoje ninguém tem fidelidade de console. O gamer médio tem um PC, um Switch, assina o Game Pass, e ainda joga Genshin Impact no celular enquanto cozinha.

O povo quer conveniência, não bandeira. E a Microsoft entendeu isso — talvez tarde, mas entendeu.

Só que, no fundo, essa conversa de “sem exclusividade” é só o rebranding do capitalismo gamer. Não é sobre liberdade, é sobre aumentar base de assinantes.

Se o Halo 7 transpor pra PlayStation, vai ser por paixão? Não.

Vai ser porque o Phil Spencer fez a conta e descobriu que tem 150 milhões de cartões de crédito no ecossistema falso.

O porvir: todo mundo jogando junto (e pagando separado)

Eu posso até zoar, mas, no termo, é isso que vai suceder. A próxima geração vai ser menos sobre console e mais sobre assinatura.

Vai ter gente jogando Gears 6 no Switch 2, God of War Ragnarok 2 no PC, e Mario Kart 10 no xCloud — tudo simultâneo, tudo via nuvem, tudo com microtransação embutida.

E a gente vai concordar, porque somos todos reféns do backlog e do FOMO. Os “exclusivos” vão sumir, mas a gente vai continuar brigando na internet, só pra manter o esporte vivo.

A real do tio Rumble

Porquê jogador que viu Fallout 1 rodar num Pentium e o Sonic desafiar o Mario no Mega Drive, eu te digo:
esse papo de “sem exclusividade” é bonito no oração, mas tem cheiro de pragmatismo dissimulado. O porvir vai ser crossplay, sim. Mas cada empresa vai ter seu cercadinho de monetização — tipo parque de diversão com ingressão gratuito e preço de pipoca R$ 40.

No fundo, a Microsoft quer ser o Netflix dos games. E o resto da indústria vai seguir, porque resistir custa dispendioso.

Mas, enquanto isso, eu sigo cá, ranzinza e nostálgico, lembrando de quando “restrito” significava alguma coisa… E não um PDF de marketing com a frase “jogue em qualquer lugar”.

O oração é bonito, mas no fundo, é só o capitalismo vestindo cosplay de altruísmo gamer.

Fonte

Conteúdos que podem te interessar...