Project Ranger: o “Uncharted” cancelado do Xbox | GameHall

Project Ranger: o “Uncharted” cancelado do Xbox | GameHall

4 minutos 09/10/2025

Project Ringir era pra ser o Nathan Drake da Microsoft — mas acabou virando o agente secreto mais secreto da história.

Ah, os anos 2010… aquela quadra em que o Kinect ainda era o porvir, a Microsoft achava que todo mundo queria conversar com a TV e o pessoal da The Coalition ainda era a Black Tusk Studios, sonhando em fazer um “Uncharted com terno e gravata”. Pois é, meus caros, Project Ringir quase foi o 007 do Xbox, mas acabou tomando um tiro de verdade corporativa e foi pro limbo antes mesmo de aprender a mirar.

🕶️ Missão: Impossível — versão Xbox Edition

Segundo o bom e velho Liam Robertson, do meio Did You Know Gaming, o projeto começou lá em 2013 — quando o Xbox One ainda tentava convencer o mundo de que “TV, TV, TV” era sinônimo de inovação.

A teoria? Um jogo de tiro em terceira pessoa, com aquele jeitão James Bond encontra Nathan Drake num bar em Istambul. Você seria o agente Cole, um espião de classe, pleno de gadgets maneiros, missões pelo mundo e faceta de quem sabe pilotar um Aston Martin e hackear um satélite ao mesmo tempo.

Só faltou uma coisa: o jogo.

🎮 “Fale com o Kinect, ele te ajuda na missão”

Agora segura essa: o projecto da Microsoft era integrar o Kinect ao gameplay. Sim, você poderia falar com o jogo pra receber dicas do seu assistente, tipo “Jarvis, porquê desarmo essa explosivo?” — e o Kinect responderia com alguma coisa entre “não entendi o comando” e “erro de reconhecimento de voz, tente novamente”.

Era pra ser mergulho totalidade, mas o resultado final provavelmente seria você gritando “COBERTURA, COLE!” enquanto sua mãe passava detrás perguntando se você queria suco.

Mas olha, até que tinha estilo — Missão: Impossível, James Bond, espionagem global… se tudo desse manifesto, seria tipo o “Gears of Espiões”. Só que, né, não deu.

🕵️ O espião que me enganou

O jogo prometia missões em cidades do mundo todo, com troada cinematográfico, perseguições e gadgets de ponta — e o protagonista seria interpretado por ninguém menos que Liam McIntyre, o faceta que hoje dá voz ao Wolverine do jogo da Insomniac Games. Ou seja, o sujeito saiu de “protagonista de um jogo cancelado” pra “mutante que fuma charuto e corta tanque no meio”. Evolução, meus amigos.

Mas o Project Ringir nunca encontrou o rumo manifesto. Entre divergências internas, ideias confusas e talvez um ou dois PowerPoints com explosões demais, o projeto acabou sendo cancelado em 2014. Coincidentemente, foi quando a Microsoft comprou a franquia Gears of War e mandou a equipe da The Coalition largar a espionagem e pegar a serra elétrica.

E foi mal o agente Cole trocou o smoking por uma armadura de 40 quilos e uma Lancer com motosserra.

💾 O Uncharted que nunca foi — e talvez nunca seria

Sabe aquele tiozão que promete montar um home theater e acaba só ligando o DVD no meio 3 da TV de tubo?
Foi meio isso.

O Project Ringir queria ser o Uncharted do Xbox, mas sem o carisma, o humor ou o tino de direção do Nathan Drake. Talvez o Cole até soubesse dar uns pulos legais, mas faltava o charme de fazer isso enquanto um prédio desabava detrás dele.

E convenhamos: Uncharted é aquele tipo de jogo que só a Naughty Dog conseguiria fazer funcionar. Tentar imitar é tipo refazer Indiana Jones com orçamento de Comando Delta.

🧨 Microsoft e sua mania de inventar tendência

Tem que consentir: a Microsoft sempre teve um talento próprio pra sonhar sobranceiro e tropicar no cabo HDMI. Quer expor, eles já tentaram repuxar o Kinect porquê utensílio de espionagem doméstica, lançaram o Mixer pra derrotar a Twitch e agora descobrimos que já quiseram ter seu próprio Indiana Jones de Redmond.

Mas olha… se tem uma coisa que o tio cá aprendeu desde o ZX Spectrum, é que boas ideias morrem cedo — e ruins ganham sequência. Nesse caso, o Project Ringir morreu, mas o Gears of War sobreviveu e virou mito. Logo, no fundo, a decisão até foi esperta.

🧠 Licença para rir (e lamentar um pouquinho)

O Project Ringir podia ter sido o jogo que faria o Nathan Drake suar insensível, mas virou só mais um nome bonito no cemitério das promessas da Microsoft. Pelo menos agora a gente tem a história pra descrever — e pra rir um pouco.

Porque, convenhamos, “usar o Kinect pra pedir ajuda ao assistente” é alguma coisa que grita 2013 mais sobranceiro do que um modem discando conexão da AOL.

No término das contas, o verdadeiro “Ringir” era o camarada que tentava conectar o Xbox na internet via cabo de 20 metros atravessando o galeria.

🕹️ Resumo final:
O Project Ringir tinha tudo pra ser o Uncharted da Microsoft, mas acabou virando o Registo X do Xbox — pleno de mistério, sem final e com o Kinect de testemunha. No término, a missão foi abortada… mas pelo menos a piada ficou.

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