Review: Boulder Dash: 40th Anniversary

Review: Boulder Dash: 40th Anniversary

4 minutos 03/09/2025

Eu me lembro muito: primórdio dos anos 80, MSX ligado na sala, cartucho de Boulder Dash encaixado e eu, moleque, tentando não esmigalhar o Rockford com uma pedra mal cavada. Não tinha Ray Tracing, não tinha DLSS, não tinha nem cor recta na TV de tubo, mas a diversão estava lá — clara, simples e cruel.

Avançamos 40 anos, e cá estamos com a Boulder Dash: 40th Anniversary Edition. É bonito ver que o jogo ainda respira, mas também é curioso perceber uma vez que certos títulos parecem carregar junto uma maldição: quando tentam modernizar, a origem às vezes se perde no meio de interfaces bonitas, grind desnecessário e decisões de monetização esquisitas.

O mesmo DNA de 1984, com roupa novidade

O jogo nasceu em 1984, no Atari e depois em vários consoles e computadores uma vez que o Commodore 64 (no meu caso eu joguei no MSX), e traz aquela receita dos velhos tempos: jogabilidade simples, viciantes mecânicas de puzzle e placares baseados em desempenho.

O coração de Boulder Dash continua virgem: cavar túneis, coletar gemas, evadir das pedras que insistem em desabar na sua cabeça e percorrer contra o tempo. Esse loop de “fácil de aprender, difícil de dominar” ainda funciona. Cada período é um quebra-cabeça dinâmico, onde não dá pra encarregar só nos reflexos: tem que pensar antes de meter a pá no soalho.

A presença de inimigos uma vez que dragões, fireflies, moths e a famigerada amoeba mantém a tensão, lembrando que o jogo sempre foi mais sobre gestão de espaço e risco do que unicamente revérbero rápido. Essa secção é Boulder Dash puro, e é justamente onde a nostalgia bate poderoso.

A premissa continua a mesma: colecione diamantes e ache a saída. Fácil de falar, mas difícil de executar quando o cenário tá lotado de pedras prontas pra despencar na sua cabeça. Cada escavação é um risco calculado: cavou incorrecto, já era, tela reiniciada.

Os acréscimos modernos: dinamite e companhia limitada

Agora, simples, versão 40th Anniversary precisava de tempero novo.

O pacote é robusto: mais de 180 fases, incluindo as originais Boulder Dash 1, 2 e 3, além de um editor de níveis que é simples e direto. Não é excesso expor que você pode se perder criando fases novas ou baixando as maluquices que a comunidade já publicou no Steam Workshop.

E sim, tem ranking de três estrelas. O tipo de coisa que vicia: você não para até encontrar todas as gemas do planta. Aquele clássico loop “só mais uma período” que facilmente vira madrugada.

Onde o calo aperta

Nem tudo são diamantes brilhando. O jogo, no término, é arcade raiz, e isso significa repetição. A originalidade das primeiras fases pode perder o luz depois de muitas horas, porque alguns truques acabam se repetindo.

Os visuais também não ajudam muito: os inimigos têm rosto ok, mas os personagens principais parecem saídos de um jogo mobile de 2012. As animações são estranhas e não passam peso quando objetos caem.

Outro pormenor irritante: não existe um vereda rápido pra reiniciar a período. Parece besteira, mas quando você morre porque uma pedra despencou meio segundo antes do esperado, ter que voltar ao menu só atrapalha. Um simples “pressione R para restart” já resolveria.

Apresentação: polida, mas sem psique

A estética visual tenta ser clean, mas acaba ficando genérica. Personagens quadrados, fundos sem perdão, animações que parecem esquisitas. Não é que seja mal-parecido, mas em tempos onde até remake indie de jogo de Atari sai com pixel-art estilizada, Boulder Dash parece… insensível.

A cereja do bolo: geração de fases

Um ponto positivo e digno de ovação: a inclusão de editor de fases. É simples, direto e eficiente. A comunidade já criou níveis que misturam homenagens ao original com ideias malucas. Esse recurso prolonga a vida útil do jogo e mostra uma vez que Boulder Dash pode funcionar muito no padrão colaborativo.

Jogabilidade: teclado > controle

No controle, o jogo passa uma estranheza. O movimento é “tile-based”, um quadrilátero por vez, e o analógico não morada muito com essa precisão. Já no teclado, o jogo fica mais oriundo — quase uma vez que nos bons tempos de tecla direcional dura do MSX.

Vale a pena?

Boulder Dash: 40th Anniversary é uma vez que visitar um companheiro de puerícia que você não vê há décadas. Você ainda reconhece o sorriso, a risada, o jeito de falar. Mas percebe que o tempo passou, e algumas coisas não são mais uma vez que antes.

  • O core gameplay continua bom.

  • A soma de power-ups dá variedade, mas enfraquece a origem.

  • O grind e o preço são pedras pesadas no caminho.

  • O editor de fases é a salvação, mantendo o jogo vivo na comunidade.

Prós:

  • Mecânica clássica que ainda prende fácil.
  • Mais de 180 fases + editor de níveis que dá vida longa ao jogo.
  • Curva de dificuldade justa, sem “armadilhas impossíveis”.

Contras:

  • Grind e repetição podem cansar em sessões longas.
  • Apresentação visual sem charme e animações duvidosas.
  • Falta de recursos básicos uma vez que reinício rápido da período.

Nota Final: 7/10

No término, Boulder Dash ainda diverte. Mas é aquele tipo de diversão que vale mais num desconto de Steam Sale do que a preço pleno. Para quem jogou no MSX, uma vez que eu, é quase impossível não sentir aquele choque de nostalgia ao ouvir a primeira pedra desabar. Só que, no PC moderno, essa pedra vem acompanhada de uma microtransação disfarçada. Jocoso, mas com grind demais.

Fonte

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