Review – NHL 26: quando até esporte de gringo fica divertido

Review – NHL 26: quando até esporte de gringo fica divertido

5 minutos 16/09/2025

Mesmo com modos repetitivos e vícios da EA, NHL 26 é aquele jogo que mostra porque ainda vale a pena percutir em canadense virtual com um taco de hóquei.

Senta que lá vem história, molecada. Cá quem fala é o tiozão que em 1994 já estava lá na frente da TV de tubo, com cartucho do NHL 94 no Mega Drive enfiado no console (um cartuchão diferentão ridículo de grande com um troço amarelo na ponta, coisa mais horrorosa), jogando com o Chicago Blackhawks e xingando quando o cartucho dava aquele reset sozinho. Pra nós, brasileiros que já achamos beisebol coisa de outro planeta, o hóquei no gelo sempre foi aquele esporte bizarro de gringo – tipo bulha de bar, só que com patins e um juiz fingindo que tem controle da situação. Mas mesmo assim, confesso: é risonho pra caramba, principalmente quando vira videogame.

E olha, esse NHL 26 chega pra mostrar que até um esporte que no Brasil a gente só lembra quando passa nos highlights da ESPN pode render umas boas horas de diversão. Não é que o jogo tenha reinventado a roda, mas parece que a EA finalmente resolveu passar uma flanela na engine e, pelo menos no gelo virtual, o patins desliza bonito.

Jogabilidade – o gelo tá liso, mas não perfeito

Lembro quando os jogos de hóquei eram praticamente dois robôs de 8 bits batendo cabeça no gelo. Agora, em NHL 26, os movimentos são fluidos, a patinação tem peso perceptível e você sente que tá controlando um jogador de verdade – não um boneco de chumbo com patins de rodinha.

O novo sistema ICE-Q 2.0 e o NHL Edge dão mais personalidade pros jogadores. É quase porquê se cada um tivesse uma “assinatura” dentro do game. Tipo, o Michkov é o moleque abusado que parece ter molas nos patins, enquanto outros caras jogam porquê se estivessem carregando um botijão de gás nas costas. Essa diferenciação deixa as partidas mais dinâmicas, e finalmente você sente que tá enfrentando estrelas de verdade – e não clones com uniformes diferentes.

E os goleiros? Ah, meu companheiro, cá vem a secção boa. Pela primeira vez em anos eu não senti que tava controlando um cone de trânsito. O modo goleiro finalmente parece que tem lógica. Dá pra se jogar de mariposa, resvalar pelo crease e até tutelar uns chutes impossíveis sem parecer que o controle travou. Evidente, ainda não é perfeito – a vida real é muito mais caótica – mas pra videogame tá no ponto.

Be A Pro – ainda um patinho mal-parecido

Agora, segura o riso: a EA resolveu “revolucionar” o Be A Pro colocando um início com o World Juniors. Você joga umas partidas, acha que vai ter toda uma narrativa estilo The Show do beisebol… e puf, some mais rápido que ficha de fliperama em dia de pagamento. Depois você cai na mesma rotina de sempre: canadenses, Memorial Cup, draft, aquela mesmice de anos.

Mas não vou ser injusto. O modo ganhou umas coisinhas legais, tipo voltar pro AHL pós-draft, interagir mais com a prelo e desfilar no palco do draft porquê se fosse o Lebron do gelo. Mas, sério, isso ainda é mais “enfeite de natal” do que mudança estrutural. Legítimo ver, mas passa em cinco segundos e você esquece.

Modos online – gelo fino

O Hockey Ultimate Team (HUT) ganhou um modo offline chamado “Cup Chase”, o que é ótimo pra gente que já não tem mais revérbero de moleque de 15 anos e toma surra online. Agora dá pra montar seu time dos sonhos sem passar vergonha pública. O rollback netcode também mantém as partidas estáveis, o que já é mais do que posso falar de muito jogo de luta por aí.

Ainda assim, tirando essa novidade, é tudo mais do mesmo. Pequenos ajustes cá e ali, mas zero que faça você jogar a cartela do cartão de crédito na tela e expor “toma meu moeda, EA”.

Qualidade de vida – pequenos brilhos

Tem uns detalhes que me arrancaram um sorrisinho de tiozão:

O Delta Center do Utah Mammoth foi adicionado, mostrando que a EA pelo menos lembra de atualizar arenas.

Neck guards porquê opção cosmética pros jogadores – pormenor pequeno, mas permitido pra quem curte personalização.

Melhorias sutis de apresentação, que deixam o jogo com rostro de transmissão real.

Esses toques mostram que o time tá tentando dar um carinho extra, mesmo que de ligeiro.

Olha, vou ser muito direto: NHL 26 é bom. Tem melhorias no gelo, goleiros mais confiáveis e uns detalhes bacanas de personalização. Mas, assim porquê churrasco sem farofa, falta aquela ousadia. É difícil recomendar pra quem já comprou o NHL 25, porque parece muito um “NHL 25.5” do que uma revolução. Pra nós, brasileiros que nunca vamos jogar uma pelada de hóquei no gelo na vida, o game serve porquê aquele portal pro mundo gelado da pancadaria organizada.

Prós:

  • Jogabilidade fluida, com patinação e física mais realistas.
  • Goleiros finalmente pararam de ser cones de trânsito.
  • Sistema ICE-Q 2.0 dá mais personalidade aos jogadores.
  • Detalhes de arenas, neck guards e apresentações muito feitos.
  • Hockey Ultimate Team mais atingível com modo offline.
  • Mantém o DNA risonho do hóquei virtual, mesmo sendo esporte “de gringo”.

Contras:

  • Be A Pro continua capenga, só maquiagem de novidade.
  • Modos online mudaram pouco, quase reciclagem.
  • O jogo não justifica compra se você já tem o NHL 25.
  • O “realismo visual” deixa alguns inimigos/atletas camuflados no fundo (olhos cansados que lutem).
  • Ainda rola aquele gostinho de update de elenco de luxo.

Nota Final: 7/10

É um esporte bizarro? Sim. É nichado? Muito. Mas, igual ao NHL 94 no Mega Drive, que marcou idade, dá pra se divertir sem culpa. E a real é: por mais que a EA patine (sem trocadilho) no Be A Pro e em modos online repetitivos, a jogabilidade em si tá sólida. Se você curte a franquia ou sempre quis percutir num canadense virtual com um taco de hóquei, esse jogo cumpre o papel. Porque, no termo das contas, mesmo sendo “um esporte de gringo que bulha com luva na rostro”, jogar isso no videogame ainda é legalzinho pra caramba.

Fonte

Conteúdos que podem te interessar...