ROUTINE entrega terror sujo, tenso e cheio de falhas lunares

ROUTINE entrega terror sujo, tenso e cheio de falhas lunares

6 minutos 02/12/2025

ROUTINE — quando o horror espacial encontra orçamento de garagem (mas com muita vontade de assustar)!

Vocês lembram daquele jeitão old school de filme sci-fi barato, sabe? Luz fluorescente tremendo, áudio de televisão ensejo, metal rangendo, corredores apertados que te fazem pensar “quem projetou esse lugar tava chapado”? Pois muito — esse é o vibe de ROUTINE, da misteriosa (e provavelmente de reles orçamento) Lunar Software.

Eu coloquei a roupa espacial — de forma meio simbólica, mais mental do que real — respirei o ar rarefeito da base lunar (na fantasia mesmo), e fui encarar esse maluco que mistura Alien com SCP de ferro velho. Descobri que o horror ali não é desespero de gráfico AAA: é horror de gambiarra com paixão. E funciona — até quando não quebra mal-parecido.

🧱 Estética de garagem, terror do subsolo

ROUTINE não tenta te enganar com gráficos de última geração. Ele joga na rostro: “meu orçamento foi reles, meu design tem traumatismo, e o que não cabe em luz vem em som.” E o som, meu companheiro… esse sim te dói. Portas rangendo, cabos caindo, passos ecoando no metal, luz fluorescente piscando igual coração de tubarão prestes a lutar. Cada cantinho da estação lunar parece gritar: “corre, mané, que cá não é lugar pra herói”.

A estética suja — metal enferrujado, rachaduras, telas CRT, fios expostos — dá a sensação de estar jogando um filme de terror dos anos 80, gravado em VHS, com filtro de sujeira e chiado no áudio. Essa vibe “horizonte pós-falha” me lembrou os melhores (ou piores?) momentos de Event Horizon e os corredores claustrofóbicos de Alien: Isolation. A diferença? Cá a IA de monstros às vezes parece preguiçosa demais pra assustar de verdade, mas a atmosfera… ah, a atmosfera — essa sim bate pesado.

Se o jogo fosse um coche, seria aquele Fusca velho que você acha num tarega: enferrujado, rangendo, mas com espírito de sobrevivente. E por incrível que pareça: a espírito às vezes sustenta — até uma peça soltar.

🎮 Jogar ROUTINE é ser um técnico espacial com pavor de ferrugem mortífero

Cá não tem laser, nem armas top de traço, nem poderes de sci-fi. A utensílio principal é a CAT — Cosmonaut Assistance Tool. É tipo teu canivete suíço espacial: abre portas, ativa terminais, mexe nos fusíveis, liga geradores, desbloqueia áreas.

Mas… ela NÃO te protege. Se um robô matador determinar que hoje é seu dia de sorte — bom, a CAT só vai mostrar quantos fios você errou. A diversão real é científica: puzzle + stealth + estrondo de metal no escuro.

Em muitos momentos, o jogo te obriga a parar, escutar, planejar. É porquê se dissessem: “esquece ação, esquece projéctil — você vai sobreviver com raciocínio e respiração pesada.” Isso dá uns momentos de tensão dignos: você suando enquanto ouve o rangido de uma porta que não deveria estar abrindo sozinha, vendo luz piscando, esperando o pior…

Esses momentos lembram jogos porquê SOMA, em que a prenúncio é mais existencial e absurda do que monstruosa. A diferença é que em SOMA a ficção tinha orçamento razoável; em ROUTINE, cada sala parece construída com sobras de sucata espacial.

E sabe uma coisa estranha? Isso até ajuda. No sentido “eu tô vulnerável, eu tô sozinho, eu tô fudido” — e esse pavor barato, massificado em luz trêmula e som metálico, às vezes é mais eficiente do que qualquer gráfico de última geração.

⚠️ Mas quando a gambi se rompe — bugs, IA preguiçosa e ritmo de maratona mental

Acontece que nem sempre o charme barato segura a queda. A IA dos inimigos às vezes parece estar no modo “escoteiro dormindo de guarda”: lenta, previsível, mais atrapalhada do que assustadora. Há momentos em que dá vontade de mandar um recado: “acorda, maluco, olha pra mim!”.

Ou por outra, a jogabilidade, por apostar em investigação e stealth, arrasta o ritmo. Você se pega andando longos corredores, apertando terminais, voltando, pesquisando, numa dança de “vá-e-volta” que, em vez de aumentar o pavor, dá sono. O suspense desmancha nas sessões de “vá restringir botão, espera resposta, desliga luz, espera estrondo, corre pro escuro, acende luz, repete”. Depois de umas 2 horas, meu cérebro já pedia pizza, ou pelo menos um via pra transpor da estação.

E, por termo, a promessa dos 13 anos de espera: ela pesa. Quando o hype é cumeeira, esperar anos para finalmente jogar um título faz a expectativa virar mar de trevas. E se a base não for sólida — se a IA falhar, se o ritmo dropar — o jogo cai de paraquedas diretamente no limbo da recusa.

ROUTINE tenta lastrar tensão, horror e puzzle. Quando acerta, você sente insensível na espinha. Quando erra, você sente cansaço nos dedos.

🔪 Comparações de boteco: ROUTINE, Alien, SOMA e o horror do tarega espacial

Se ROUTINE fosse personagem de filme, ele seria aquele coitado que tenta sobreviver numa estação espacial velhíssima, com filtro de VHS e zero chances de upgrade. Um misto de Ash (do Alien) com trabalhador de manutenção de estação abandonada — sujo, tenso, desconceituado, mas tentando consertar o que quebraram.

Enquanto Alien: Isolation te dá contendedor implacável, SOMA te dá incerteza existencial, ROUTINE te dá… metal, silêncio e um desespero barato. Você não corre — você tenta sobreviver. Você não luta — você espera.

E a CAT? É tua lanterna, teu martelo, tua prece silenciosa. Só que é de plástico. E com fio desencapado.

🧠 Minha experiência — pavor barato, risada nervosa e vontade de largar o controle

Teve momentos em que eu realmente me senti recluso na estação: luz piscando, som metálico, galeria escuro, respiração pesada — e a sensação de que qualquer porta errada podia te engolir. Coração veloz, suor insensível, aquela vontade de olhar por cima do ombro.

Mas também teve momentos em que o jogo me fez questionar por que eu estava ali: andando, apertando botões, esperando zero suceder. Quando a IA dormia, quando os puzzles viravam repetição de teclado, quando o ritmo tornava o horror num trabalho de escritório plano.

Achei que ia transpor assustado. Saí… exausto. Com vontade de tomar banho, desligar o PC, vincular Netflix e ver um pouco com cor e sol.

Mas se eu vincular ROUTINE outra vez? Talvez. Quando estiver com coragem. Quando quiser sentir que tecnologia, estrondo e desamparo podem ser mais aterrorizantes do que alienígenas grandões com dentes afiados.

Porque o pavor real nem sempre é grito ou dril — às vezes é repercussão no metal, luz falhando e silêncio mortal.

Prós:

  • Atmosfera suja, claustrofóbica e retro-futurista
  • Uso criativo da escassez (ferrugem, metal velho, luz fraca)
  • Mecânica da CAT promove tensão
  • Momentos de horror psicológico real
  • Baixa expectativa gráfica = estilo congruente de “barato e terrível”

Contras:

  • IA inconsistente ou bisonha
  • Ritmo lento, repetitivo, caminhadas intermináveis
  • Horror barato vira tédio
  • Obediência de paciência e disposição
  • Em seguida hype de 13 anos, o resultado é mediano

Nota Final: 7/10

ROUTINE é aquele terror espacial honesto — sujo, apertado e desconfortável — que acerta em referto na atmosfera, mas tropeça nos próprios cabos soltos quando tenta manter o ritmo. Ele te assusta com o imprescindível (luz tremendo, metal rangendo, silêncio irritante), mas lacuna quando depende de IA preguiçosa, puzzles repetidos e corredores que parecem penalidade escolar. Não é o novo Alien: Isolation, não reinventa o horror sci-fi, nem chega perto de justificar o hype de mais de uma dez, mas tem espírito, estilo e alguns momentos realmente tensos que valem a viagem à Lua. No termo, ROUTINE é recomendável para quem curte terror psicológico retrô e está disposto a admitir que, às vezes, o pavor vem junto com uma boa ração de frustração — e muita ferrugem espacial.

Fonte

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