Silent Hill não precisa mais receber jogos numerados para ter…

Silent Hill está de volta. O mais recente lançamento da franquia, Silent Hill f, conseguiu honrar o legado da série ao trazer uma novidade abordagem, ambientação única e mecânicas inéditas. Com uma pontuação de 86 no Metacritic e nota 9 atribuída por mim no review, o jogo marcou de forma positiva o retorno da saga ao mundo dos videogames.

Com a saudação de SH f, surge naturalmente a questão sobre o porvir da franquia. Até o momento, somente Silent Hill Townfall, desenvolvido pela No Code em parceria com a Annapurna, está confirmado uma vez que o próximo título.

Vale lembrar que, desde Silent Hill 4: The Room, a Konami abandonou a numeração nos jogos subsequentes. Assim, eles passaram a ser vistos uma vez que experiências paralelas à quadrilogia principal. Isso também se aplica a SH f e a Townfall.

Mesmo diante da nostalgia dos fãs, que ainda valorizam os clássicos responsáveis por solidificar a popularidade da franquia, o retorno de Silent Hill aos games pode não valer a volta à nomenclatura tradicional. Embora os quatro primeiros jogos não compartilhassem uma conexão narrativa direta, com exceção do vínculo entre o primeiro e o terceiro, havia uma consistência nas mecânicas e no estilo de gameplay. Esses elementos os tornavam inconfundíveis dentro da série.

Essa reciclagem de mecânicas e conceitos, mesmo sendo namorada e satisfatória para os fãs, acabou saturando a franquia. O resultado foi o sumiço da série por mais de uma dezena. Com Silent Hill f, a série recebeu um sopro de frescor no gameplay, apostando em um combate mais profundo e multíplice. Esse vista certamente será um dos grandes pontos de debate posteriormente o lançamento. Também pode ser o motivo para alguns fãs dos clássicos rejeitarem a mudança.

Dissemelhante dos spin-offs Origins, Homecoming e Downpour, Silent Hill f introduz inovação e uma novidade trajes artística e narrativa, mas sem terebrar mão da núcleo da franquia. O jogo continua sendo um mergulho em um inferno mental, desconfortante e chocante, características que sempre definiram Silent Hill.

Silent Hill f transporta o jogador para o Japão dos anos 1960, com uma trama que explora temas da quadra. Esses elementos se materializam em uma novidade cultura, cenários inéditos, inimigos diferentes e um sistema de combate repaginado. Essa abordagem seria impossível em um jogo numerado e não aconteceu nos spin-offs anteriores. Esses títulos se limitavam a apresentar novas histórias enquanto reaproveitavam mecânicas e inimigos já conhecidos.

Silent Hill f é a prova de que a franquia agora tem a chance de se reinventar continuamente. O jogo explora novas narrativas, ambientações inéditas e mecânicas diferentes, sem precisar aprazer somente a tamanho presa aos feitos do pretérito.

O próximo jogo da série a ser lançado é SH Townfall, ainda envolvido em mistério. Assim uma vez que aconteceu em Silent Hill f, espero que a No Code e a Annapurna arrisquem e tragam novidades capazes de expandir o universo da franquia. Para os fãs mais saudosistas, que desejam revisitar o clássico, há ainda o remake de Silent Hill 1. O projeto está em desenvolvimento pela Bloober Team, a mesma responsável pelo remake de Silent Hill 2, lançado no ano pretérito.

Em resumo, Silent Hill não depende mais de jogos numerados para prometer qualidade. E acredito que a Konami não pretende se malparar com uma novidade sequência principal. Silent Hill: The Short Message, Silent Hill f e Townfall já demonstram que a empresa prefere apostar em pluralidade e múltiplas direções. Isso evita repetir a fórmula que levou a franquia à estagnação e, por término, ao declínio décadas detrás.