Stone Simulator é melhor pedra que muito AAA bugado

Stone Simulator é melhor pedra que muito AAA bugado

4 minutos 03/10/2025

O dia em que virei pedra e descobri que ainda era mais jocoso que muito lançamento da Ubisoft!

Você já teve aquele momento na vida em que pensou: “mano, eu queria virar uma pedra e olvidar dos boletos, do superintendente enchendo o saco e do DLC de R$ 200 do Call of Duty? Pois é, aparentemente alguém da STFGames teve esse surto e transformou em jogo. O resultado se labareda Stone Simulator – Just Be a Rock, lançado em março de 2025 no Steam.

E o pior (ou melhor?): o negócio funciona. De um jeito meio torto, meio poético e totalmente sem sentido, esse “jogo” (boto entre aspas porque até agora não sei se isso é jogo ou reflexão do dedo) consegue ser mais viciante do que você imagina. Sim, eu fiquei mais de uma hora sentado olhando uma pedra prefulgir na chuva e não me arrependi.

A premissa: você é pedra, aceite isso

Em Stone Simulator, você não tem armas, não tem quests, não tem HUD piscando feito árvore de Natal. Você é uma pedra. O gameplay se resume a: rodopiar a câmera e dar zoom. Só. Acabou.

Mas não pense que é só permanecer olhando pra tela estática. O mundo ao volta da sua pedra se move: o clima muda, criaturas bizarras aparecem (um kraken atravessando o planta porquê se fosse o UberEats mais moroso da história, lobos brilhantes que uivam e somem em faíscas, clones de pedra que aparecem só pra tretar contigo e depois vazam). Tem até estranho dando rolê com OVNI.

É quase porquê presenciar Discovery Channel depois de tomar duas caipirinhas: tudo parece poético, surreal e engraçado ao mesmo tempo.

A vibe “não é bug, é feature”

No Stone Simulator não ter zero pra fazer é a mecânica médio. Você não pode caminhar, não pode clicar em zero, não pode craftar nem uma fogueira. O único crafting cá é filosófico: você crafta paciência e contemplação.

E essa é a sacada. O jogo não tenta ser um pouco que não é. Ele assume: “sou pedra, sou parado, mas o mundo gira”. A cada evento, você escolhe olhar ou não. Se perdeu um pouco porque piscou o olho, paciência. É tipo FOMO versão mineral.

Os devs até mandam umas piadinhas nas telas de loading, tipo:

“Você não é preguiçoso, você é geologicamente paciente.”

“Seu melhor skill? Permanecer parado.”

Confesso que ri mais disso do que das piadas do último stand-up que assisti na Netflix.

O que funciona

Atmosfera relaxante: se você queria desligar a mente depois de tomar um pele no Elden Ring, esse jogo é o spa do dedo perfeito.

Humor nonsense: ver uma pedra duelando com outra pedra é mais engraçado do que qualquer final de romance da Orbe.

Visual surpreendente: chuva escorrendo na câmera, pores do sol, neblina cobrindo tudo… pra um jogo de pedra, até que tem estilo.

Sem bugs graves: curioso, né? Jogo de pedra tem menos bug que muito AAA de milhões. Alô, Bethesda, tô olhando pra você.

O que não funciona (a não ser que você seja geólogo zen)

Interação quase zero: se você é do tipo que precisa apoucar botão a cada 3 segundos, vai surtar.

Teor restringido: depois de algumas horas, os eventos começam a repetir. Aí é você, sua pedra e o tédio existencial.

Não é pra qualquer um: tem gente que vai invocar isso de “arte do dedo”. Tem gente que vai invocar de “tela de folga paga”. A verdade tá no meio.

Minhas peripécias de pedra

Teve um momento que choveu e minha pedra ficou brilhando, parecia até polida. Me senti num mercantil de sapato, só que versão geológica. Em outro, um lobinho luminoso apareceu, uivou e explodiu em purpurina. Fiquei com incerteza: era prenúncio ou balada rave?

E quando apareceu outro pedra clone? Ele veio, me encarou, parecia que ia inaugurar um duelo estilo Yu-Gi-Oh, deu uma esbarrada e foi embora. Fiquei ofendido. Até clone de pedra tem mais atitude do que muito NPC de RPG.

No final, percebi que o jogo é menos sobre o que acontece e mais sobre o que você sente olhando aquilo. É trova do dedo, é piada interna, é meme transformado em envolvente 3D.

Prós:

  • Atmosfera relaxante que mistura trova e meme do dedo
  • Eventos nonsense (kraken, lobos brilhantes, UFOs) que rendem boas risadas
  • Visual caprichado para um jogo onde você não faz zero
  • Sem bugs graves (ao contrário de muito AAA por aí)
  • Humor autodepreciativo com piadinhas até no loading

Contras:

  • Interação praticamente inexistente (você só gira câmera e dá zoom)
  • Teor pode permanecer repetitivo posteriormente algumas horas
  • Não é jogo pra qualquer um: ou você entra no clima, ou vai descobrir perda de tempo
  • Falta de objetivos claros pode frustrar jogadores mais tradicionais

Nota Final: 7/10

Depende. Se você quer explosões, loot lendário, cutscenes épicas… corre. Agora, se você tá disposto a rir da própria existência, contemplar uma tempestade e expor “é, eu sou pedra mesmo”, esse jogo vai te entregar mais do que muito shooter genérico. Stone Simulator não é jogo, é estado de espírito. E às vezes, tudo que você precisa é virar pedra e presenciar o mundo pirar ao seu volta. Perde pontos porque, por fim, é só uma pedra. Mas ganha pontos porque, pasmem, ser pedra nunca foi tão jocoso.

Fonte

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