The Legend of Steel Empire: o retorno glorioso do steampunk

The Legend of Steel Empire: o retorno glorioso do steampunk

5 minutos 07/10/2025

Quando o Steampunk virou guerra e o arcade gritou “ALELUIA!

Colega… se você nunca jogou um shmup (aquele gênero onde a tela é mais enxurrada de projéteis do que o firmamento de Brasília em estação de eleição), The Legend of Steel Empire é o melhor lugar pra iniciar. E se você é da geração que já zerou R-Type com o controle derretendo na mão, vai entender o que eu digo: esse cá é pancadaria retrô com psique de fliperama e cheiro de graxa de locomotiva a vapor.

Esse remaster HD é o terceiro retorno glorioso do clássico de 1992 da HOT-B — aquele que nasceu no Mega Drive (ou “o Genesis”, se você era da galera que curtia os nomes importados). Depois de passar pelo GBA e 3DS, ele volta agora no Switch, PS e PC com rosto novidade, polido, bonito e mais quente que caldeira de Titanic.

Logo senta aí, abre uma lata de óleo de máquina, e vamos falar desse shooter steampunk que ainda dá dança em muito indie moderno.

⚙️ Rebeldes a Vapor e o Som da Máquina de Guerra

A história cá é quase um “Star Wars em estilo vitoriano”: você é um piloto da República de Silverhead, lutando contra o Poderio Motorhead — e não, infelizmente não toca Ace of Spades no fundo (mas deveria).

O mundo é uma distopia retrofuturista onde o vapor substituiu a eletricidade, e todo mundo resolveu resolver as diferenças diplomáticas com dirigíveis gigantes, tanques voadores e bombas com nomes pomposos.

A trama é simples: “Poderio mau, república boa, explode tudo e salva o planeta.”
Mas, convenhamos, ninguém joga shmup pela história. A gente quer tiro, fumaça e chefes que parecem obras de arte mecânicas — e nesse ponto, Steel Empire entrega o ouro, o carvão e o maquinista.

🛩️ Gameplay: Tiro, fumaça e elegância a vapor

Logo de rosto, o jogo te oferece dois veículos: o avião rápido, ligeiro e nervosinho (Etupirka), e o dirigível gigante, lento, mas resistente (Zepelinaço das Galáxias). Ambos têm armas potentes e um arsenal digno de filme do Miyazaki depois de três cafés fortes.

O truque mais delicioso do gameplay? Você pode atirar pra frente e pra trás — alguma coisa que parece simples, mas salva sua pele mais do que a vida extra escondida em Gradius.

Nenhuma atualização desbloqueia isso, é recurso padrão. E rosto… é libertador. Zero de morrer por um inimigo que vem sorrateiro pelas costas uma vez que parente pedindo verba.

Além do tiro duplo, o game traz o clássico sistema de power-ups: coleta uns três upgrades e seu armamento vira uma chuva de ruína metálica.

Vai do nível 1 ao 20, mas honestamente, depois do nível 5 já parece que você virou o RoboCop fundido com o Sonic. O resto é puro ego gamer.

Ah, e tem bombas especiais — o glorioso Imamio Thunder, que limpa a tela uma vez que um balde d’chuva jogado em formigueiro radioativo. O tipo de poder que você guarda pra quando o patrão resolve salivar o universo em forma de projéteis.

🧨 Fases: Das Minas ao Espaço Sideral

O jogo tem sete fases, cada uma mais surtada que a anterior. Você começa enfrentando minas escuras cheias de destroços, passa por fortalezas flutuantes dignas de Howl’s Moving Castle, e termina — veja muito — lutando no espaço, porque por que não, né?

O ritmo de progressão é impecável: começa tranquilo, vai te dando corda, e quando você percebe, tá desviando de 200 balas enquanto a trilha sonora militar toca no fundo. Os chefes são verdadeiros monumentos de engenharia steampunk, cuspindo mísseis e fumaça. Nenhum deles chega a ser tão memorável quanto os monstros de Thunder Force IV, mas cumprem o papel de te fazer suar nas mãos.

O patrão final, em pessoal, é aquele tipo de duelo que te faz questionar se realmente governanta jogos ou se só gosta de suportar bonito.

🎨 Visual e Som: O Vapor Nunca Foi Tão Sexy

O remaster manteve os sprites originais do Mega Drive — e graças a Deus por isso. Eles são tão muito desenhados que poderiam estar num museu do dedo. As explosões têm aquele charme retrô, os cenários têm camadas de parallax que dão profundidade, e os inimigos parecem ter saído direto de um livro ilustrado de Júlio Verne em LSD.

O novo sistema de iluminação e partículas dá um toque moderno, sem estragar o visual retrô. Cada tiro, cada faísca, parece gritar: “isso cá é feito pra quem sabe o que é um tubo de vácuo!”

Mas nem tudo são engrenagens douradas. O áudio, por exemplo, ainda tem uns problemas de mixagem: o som das metralhadoras engole a trilha sonora, e há momentos em que parece que o jogo está rodando dentro de uma máquina de lavar. Felizmente, dá pra ajustar o volume manualmente. E vale a pena, porque a trilha é uma das melhores do gênero — mistura de marcha de guerra e sintetizador SNES que faria o Nobuo Uematsu percutir palmas.

🧩 Extras e Rejogabilidade

Mesmo sendo limitado (dá pra zerar em duas horinhas se você tiver reflexos de ninja reformado), Steel Empire tem gás pra mais umas boas jogatinas. Dá pra desbloquear um modo tutorial turbinado, conquistas que formam um mosaico artístico, e evidente, os modos Hard e Very Hard — ideais pra quem acha que Cuphead é jogo de moço.

A privação de extras mais “de bastidor” (tipo entrevistas ou concept art) é uma pena, mas o pacote entrega o precípuo. E o mais importante: o controle é preciso. Zero de lag, zero de morte injusta. Se você explodiu, é porque vacilou, e ponto final.

Prós:

  • Visual steampunk lindão e referto de detalhes
  • Controles precisos e gameplay viciante
  • Trilha sonora retrofuturista incrível
  • Modo de tiro duplo que deveria ser obrigatório em todo shmup
  • Limitado, mas com ótima rejogabilidade

Contras:

  • Mixagem de som confusa (e barulhenta pra caramba)
  • Falta de extras e making-ofs
  • Chefes legais, mas pouco memoráveis
  • Zero inovações reais — é puro paixão retrô, pra muito e pra mal

Nota Final: 7/10

The Legend of Steel Empire é aquele tipo de jogo que faz o tiozão dos fliperamas chorar de emoção e cheiro de nostalgia. É o encontro perfeito entre arte vitoriana, ruína em tamanho e aquele charme dos 16 bits. Não tenta reinventar o gênero, nem precisa. É um lembrete de que jogos podem ser simples, intensos e lindos — e que às vezes tudo o que a gente precisa é de um dirigível armado até os dentes explodindo monstros metálicos. Se você cresceu soprando cartucho, ou ainda acha que pixel art é o auge da arte do dedo, esse remaster é obrigatório. E se nunca jogou, faça um obséquio a si mesmo: pegue um controle, bote o som no talo e sinta o vapor subir.

Fonte

Conteúdos que podem te interessar...