The Scouring: RTS raiz que revive a era de ouro

The Scouring: RTS raiz que revive a era de ouro

4 minutos 31/08/2025

Rapaz… quando eu liguei esse The Scouring a primeira vez, quase chorei de emoção. Lembrei da época em que eu queimava a retina no Warcraft II jogado num monitor branco de tubo que fazia barulho de estalo quando você desligava. Sabe aquele tempo em que estratégia em tempo real era sinônimo de construir casinhas, coletar madeirinha e mandar meia dúzia de orcs esfomeados pro abate? Então, The Scouring pega essa vibe clássica, dá uma polida marota e joga no seu colo.

E olha, não é só nostalgia barata não, viu? O treco é bem feito, redondinho, e até em Early Access já parece mais estável que muito AAA da EA que sai “completo” e precisa de 30 patches só pra abrir o menu de opções.

Visual de piada, mas com charme

Os gráficos parecem uma sátira de Warcraft clássico: humanos bombadões, orcs do tamanho de geladeira Brastemp e aquele estilo cartunesco que não leva nada a sério. É meio tosco? É. Mas é aquele tosco bom, tipo efeito especial de filme dos anos 80 que você respeita. E a iluminação moderna dá um tapa bonito na cara: o sol batendo no campo de batalha parece até que você ligou o modo “4K churrasqueiro”.

Gameplay que faz o coração do tio vibrar

O modo clássico é aquele arroz com feijão dos RTS: junta recurso, constrói casinha, solta tropa, invade o vizinho. Pouca variedade de unidades? Sim. Dá pra sentir falta de umas 20 evoluções diferentes tipo Age of Empires II? Também. Mas o que tem funciona direitinho. O combate é gostoso, as batalhas escalam bem e rolam aqueles embates caóticos que fazem seu Pentium antigo pedir água.

Curti muito o detalhe de que as unidades sobem de nível e podem usar poção de cura automática. Isso dá opção de investir num exército de veteranos que viram lendas de guerra, ou encher o mapa de carne de canhão descartável. Quem jogava C&C já sabe qual a escolha certa: spammar até cair o FPS.

O modo Heroes é a linguiça do churrasco

E aqui tá a surpresa boa: o modo Heroes. Nesse você controla um personagem parrudo, com skills próprias, enquanto a IA cuida da base e da tropa. Cara, isso ficou redondo demais. É praticamente um proto-MOBA com mais substância. Parece até que o jogo foi pensado primeiro pra esse modo e o clássico veio depois. E digo: funciona. A variedade que falta em construções e upgrades no clássico vira detalhe quando você tá descendo a porrada com seu herói, coletando artefato e mandando tropa avançar.

Modding e comunidade: a salvação eterna

Os devs já abriram o jogo: querem que o modding seja o pulmão do game. E bicho, se esse plano der certo, The Scouring pode virar tipo o Skyrim do RTS – infinito, cheio de maluquice feita pela comunidade, desde mapa de “Tower Defense” até campanha inventada no Paint. Já tem conteúdo criado no primeiro dia de Early Access. Isso é sinal de que a chama tá acesa.

Mas nem tudo são picanhas no espeto

Agora, vamos falar as verdades: o jogo é bom, mas é pequeno. Se você é daqueles que cresceu viciado em tech tree gigante, unidades que viram lendas e campanhas de 40 horas, vai sentir falta. O modo clássico cansa rápido, porque não tem muita variedade de prédios e melhorias. Os matches são mais curtos, quase “RTS fast food”. Funciona, mas deixa aquele gosto de “quero mais”.

E claro, tá em Early Access, então ainda parece que falta um tempero final. Tipo aquele churrasco em que o tio esquece o sal grosso e precisa improvisar com sal refinado. Dá pra comer? Dá. Mas não é a mesma coisa.

Veredito do tiozão do tubo

The Scouring é aquele RTS que não quer reinventar a roda, mas sabe rodar ela direitinho. É simples, divertido e com potencial de virar monstro se os devs e a comunidade abraçarem o modding. Hoje, do jeito que tá, já diverte muito mais que vários clones genéricos que se dizem “estratégia moderna” mas parecem planilha da Receita Federal.

Se você cresceu nos anos 80/90, queimando pestana em Command & Conquer, Warcraft II e afins, vai se sentir em casa aqui. É quase como achar uma fita VHS escondida na gaveta: velha, meio empoeirada, mas que ainda dá aquele quentinho no coração quando roda.

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