Entrevista: Last Flag aposta em partidas estratégicas

Entrevista: Last Flag aposta em partidas estratégicas

3 minutos 14/10/2025
Foto: Matheus Santana

Durante a Brasil Game Show 2025, o estúdio Night Street Games marcou presença com Last Flag, um dos títulos mais curiosos da superfície indie do evento. Misturando mecânicas de tiro com tática em equipe e possante identidade visual inspirada nos anos 70, o jogo chamou atenção pelo seu estilo inusitado e pela presença de uma personagem brasileira no elenco.

Conversamos com três membros da equipe de desenvolvimento: Jonathan Jelinek, gerente universal; Diei Aquino, produtora da equipe de design e dubladora da personagem Camilla; e Sebastian Cavazzoli Villoldo, designer de personagens em 3D. Eles contaram mais sobre as inspirações por trás do visual, o processo de testes e uma vez que o estúdio está construindo uma experiência atingível, mas desafiadora, para diferentes perfis de jogadores.

GameHall: O universo de Last Flag remete a um programa de TV dos anos 70, com estilo visual e atmosfera próprias. Uma vez que foi o processo de definição estética do jogo e qual o papel da identidade visual nessa ambientação?

Sebastian Cavazzoli: Acho que o mais importante é o jogo ser estilizado, com formas fáceis de interpretar e silhuetas fortes, o que ajuda o jogador a reconhecer os personagens de longe e se preparar para enfrentá-los. Outrossim, todos eles têm uma história de fundo, são pessoas com passados distintos, e tentamos trazer esses elementos narrativos para o visual de cada um.

Diei Aquino: Outra coisa importante é que queríamos que nossos personagens fossem grandiosos, um tanto muito generalidade nos anos 70. Os filmes do Tarantino foram uma grande inspiração. Quando você pensa em um filme dele, mesmo que nunca tenha presenciado, já imagina o tipo de personagem, quase uma vez que um ícone. Essa sensação de personalidade marcante era o que queríamos transmitir em Last Flag.

GameHall: Qual é o público-alvo ideal para Last Flag? Vocês pensam mais em jogadores casuais, competitivos ou um tanto intermediário?

Jonathan Jelinek: Chamamos o jogo de casual-competitivo, uma mistura dos dois estilos. Durante os testes, percebemos que tanto jogadores mais competitivos quanto os casuais se divertem bastante. Nosso foco atual é o sistema de MMR, que garante que os jogadores mais habilidosos joguem entre si, enquanto os casuais têm partidas mais equilibradas e agradáveis.

GameHall: Durante os testes, houve qualquer feedback dos jogadores que vocês decidiram incorporar ao jogo?

Diei Aquino: Sim, recebemos muitos feedbacks importantes. Um deles foi sobre a estamina. Antes o sprint era ativado com o botão toggle, e muita gente achou ruim, portanto mudamos para o modo de segurar o botão. Outro ponto foi o tempo de recuperação da bandeira, que era muito pequeno. Agora, se o cronômetro chega a zero e ainda há alguém vivo dentro da pirâmide inimiga, o jogo continua, dando a chance de restabelecer a bandeira antes do termo.

Também criamos um conduto de feedback em português e espanhol no nosso Discord, já que percebemos que alguns jogadores brasileiros se sentiam desconfortáveis por precisar grafar em inglês. Agora eles podem mandar suas opiniões diretamente por lá, o que tem ajudado bastante.

Diei Aquino também pode explicar melhor sobre a mecânica de esconder a bandeira, uma das mais marcantes do jogo. A desenvolvedora comentou que “as torres de controle foram criadas justamente para isso. Durante os testes, percebemos que algumas partidas estavam demorando demais, portanto implementamos um sistema em que, a cada 30 segundos, uma torre revela um sítio onde a bandeira não está. Isso ajuda a apressar o ritmo e mantém o jogo mais dinâmico.”

Sebastian Cavazzoli Villoldo complementou destacando uma vez que o sistema torna as partidas mais equilibradas e empolgantes. “O overtime também foi necessário para deixar o jogo mais intenso. Aos 15 minutos, todas as bandeiras são reveladas e, se alguém conseguir tomar e levar até a pirâmide, o jogo termina. Caso ninguém vença até os 20 minutos, o time com mais pontos é pronunciado vencedor.”

Fonte

Conteúdos que podem te interessar...